Rotas do Café Paulista: a história da Fazenda São Paulo, em São José do Rio Pardo
Ela é uma das propriedades que integram as rotas do turismo rural do café, lançadas pelo governo nesta semana

As cinco Rotas do Café de São Paulo reúnem 57 atrativos turísticos ligados ao grão em 25 municípios paulistas. Elas contemplam fazendas de antigos barões do café, museus históricos, cafés premiados internacionalmente e centros de pesquisa abertos à visitação.
O setor cafeeiro foi responsável por R$ 5 bilhões do Valor da Produção Agropecuária (VPA) paulista em 2024, ocupando o sétimo lugar entre os 50 produtos agro com melhor desempenho na economia do estado, segundo o Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta).
Assim que cheguei ao Palácio dos Bandeirantes, me aproximei da mesa onde o Café Cobra, da Fazenda São Paulo, de São José do Rio Pardo, era servido. E foi ali que comecei uma boa prosa com o Sr. João Luiz.

A propriedade da família tem 622,77 hectares, com uma produção anual de 194.820 kg e seis variedades de café. Tudo começou com o avô do Sr. João, o precursor Paulo Cobra, em 1935. A marca do produto da fazenda é Cobra Café — uma homenagem a ele.
O período de colheita das variedades Catuaí (Geisha e Amarelo), Mundo Novo, Obatã (Amarelo e Vermelho), Catucaí Amarelo, Ouro Amarelo, Ouro Verde e Tupi (Amarelo e Vermelho) vai de maio a setembro. O café da fazenda é reconhecido como especial, com pontuações acima de 83 pontos e diversas premiações.
Mundo Agro: Qual a importância da Rota para você?
João Luiz Cobra Monteiro: Através dessas iniciativas, a gente passa a capturar valor na cadeia produtiva do café. Isso é muito importante, porque o produtor — que é quem mais sofre, lida com o clima, com muita dificuldade pra tocar o negócio — quase sempre é o que menos ganha. Os intermediários acabam lucrando mais. Então essas ações do governo são fantásticas, porque nos ajudam a capturar esse valor e a nos aproximar do consumidor. A gente consegue entender o que ele gosta, sabe?
A Fazenda também está aberta para visitação, para que as pessoas conheçam a atividade rural e aprendam a valorizá-la. Nosso marketing ainda é muito ruim. Muitas vezes o produtor é visto como explorador, como alguém que destrói as matas — e é justamente o contrário. A gente tenta sempre preservar, manter a Fazenda para os nossos filhos e netos.
Mundo Agro: Café, para o senhor, é o quê?
João Luiz Cobra Monteiro: Café é o amor da vida.
Confira abaixo um vídeo feito pela IHARA, que desenvolve tecnologias para garantir a proteção das lavouras. Eles estiveram na Fazenda São Paulo.
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