O centro da cidade do Rio de Janeiro vive mais de 24 horas seguidas de tiroteios, invasões de prédios, reféns e vítimas no centro do Rio de Janeiro. Desde quarta-feira (26), uma disputa entre facções criminosas para invadir o Complexo de São Carlos provoca tensão e caos. Duas pessoas morreram.
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Ana Cristina da Silva morreu ao proteger o filho
Reprodução/Record TV RioUma mulher morreu ao tentar proteger o filho e um criminoso foi morto durante a madrugada. Ana Cristina da Silva estava indo para o trabalho com o filho no colo quando foi surpreendida pela ação dos traficantes. "Ela se curvou para tentar proteger a criança”, disse a cunhada Vânia Brito de Melo, à Record TV.
O conflito deixou ruas vazias e o comércio de portas fechadas. O clima é de tensão desde que traficantes de pelo menos dez comunidades do Rio se uniram para invadir o Complexo de São Carlos.A polícia enviou reforço, mas enfrenta dificuldades em conter a disputa de facções rivais pelo controle do comércio de drogas nos morros da região.
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No começo da tarde, policiais enfrentaram traficantes de drogas e tentaram se proteger. Da janela, moradores dos bairros do Catumbi e do Rio Comprido registraram os confrontos. Acuados no Complexo de São Carlos, os criminosos desceram o asfalto, invadiram prédios e fizeram famílias reféns. “Chama o jornal, moço, que eles vão se entregar. Ele tá passando mal, chama a ambulância”, diz uma das vítimas feita refém.
Policial troca tiros com criminosos
Reprodução/Record TVCom o cerco da polícia, os criminosos se renderam. Entre eles, um traficante procurado pelas autoridades. Um criminoso de alta periculosidade que seria possivelmente um futuro dono dessa região. Estavam fortemente armados, prontos para o enfrentamento.” afirma Mauro Flies, porta-voz da PM.
Mais cedo, um vídeo mostra um senhor de idade sendo vítima. “Estamos saindo sem resistir à prisão” dizem os criminosos.
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Durante a madrugada, um prédio na região foi invadido por traficantes Quatro pessoas foram feitas reféns e a polícia foi chamada. A família do criminoso foi até o local para ajudar a polícia nas negociações. O porteiro foi o primeiro a ser libertado. Depois de quatro horas, o suspeito se entregou. Renan Fortunato do Couto, tem 29 anos. Um dos criminosos que estavam com ele morreu em uma troca de tiros, que começou na noite de quarta.
O patrulhamento continua reforçado nos acessos aos Complexo de São Carlos, na região central do Rio. A polícia não pode deixar a região pois há informação de que traficantes rivais continuam dentro da comunidade, o que gera risco de novos confrontos.
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O momento mais tenso do dia foi quando os policiais conseguiram render criminosos que, na fuga, invadiram uma casa e fizeram uma moradora refém. Foram quatro criminosos que se renderam. Entre eles, o homem apontado como o chefe da invasão ao Complexo de São Carlos. Ele estava com a perna machucada e, sob custódia, foi levado em uma espécie de rede até a ambulância.
A vítima, que ficou quase seis horas sob a mira dos criminosos, falou à Record TV com exclusividade. “Todo momento eu pensei que eu ia morrer. Porque tinha um cara muito agressivo. Teve um momento que ficou muito tenso, quando eles viram que os policiais cercaram a casa. Foi o pior momento da minha vida”, afirmou a podóloga Maria Luiza Bernardo.