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“Nunca recebi apoio financeiro”, diz ex-secretário de Haddad sobre Máfia do ISS

Antônio Donato retoma mandato de vereador e atira contra investigados e construtoras

São Paulo|Do R7

Antonio Donato nega envolvimento com esquema de corrupção
Antonio Donato nega envolvimento com esquema de corrupção VALÉRIA GONÇALVEZ

O vereador Antônio Donato (PT) reassumiu na tarde desta terça-feira (26) o seu posto na Câmara Municipal e voltou a negar qualquer envolvimento com a Máfia do ISS, esquema de corrupção que pode ter lesado em até R$ 500 milhões os cofres públicos da cidade de São Paulo. Há cerca de duas semanas, ele deixou a Secretaria de Governo justamente por ter o seu nome citado por investigados.

Sob o apoio de muitos militantes do PT, Donato discursou na Câmara e em alguns momentos de exaltou, enquanto em outros demonstrou emoção, sobretudo ao falar da família e de sua trajetória política. O vereador negou que tenha recebido repasses dos auditores que estão sob investigação do MP (Ministério Público) quanto ao pagamento de propinas para beneficiar construtoras no recolhimento do ISS (Imposto sobre Serviços).

— Nunca, em momento algum, pedi a qualquer um deles recursos para a campanha e também apoio financeiro. Se não há provas, não se podem fazer acusações peremptórias.

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Em depoimento de oito horas aos promotores do MP, o auditor fiscal Eduardo Horle Barcellos afirmou que pagou uma “mensalidade” de R$ 20 mil a Donato, entre dezembro de 2011 e setembro de 2012. O mesmo servidor disse que um colega também investigado, Ronilson Bezerra Rodrigues, também repassava dinheiro ao vereador petista. As transações, segundo Barcellos, eram todas feitas em dinheiro vivo.


Já Vanessa Alcântara, ex-mulher do auditor e investigado Luis Alexandre Cardoso Magalhães, cita o nome de Donato em gravações telefônicas feitas com autorização da polícia. Ela ameaça o ex-companheiro, afirmando que Magalhães teria feito um repasse de R$ 200 mil a Donato em 2012. O vereador negou a informação no plenário da Câmara.

— Ora, se eu não falo com essa pessoa desde 2009, só pode ter sido na campanha de 2008, quando, me parece, ele nem a conhecia.


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Ao longo dos 30 minutos, Donato relembrou que a sua saída da Secretaria de Governo do prefeito Fernando Haddad se deu para “impedir que as acusações mentirosas e infundadas contra a minha pessoa (...) não atrapalhem o aprofundamento das investigações deflagradas pela Controladoria Geral do Município”.

O ex-secretário sustenta que conhecia Rodrigues e Barcellos, já que foi procurado por ambos com o argumento de que eles poderiam colaborar com a campanha de Marta Suplicy, em 2008, e na de Fernando Haddad no ano passado, com estudos e outras informações. Rodrigues também seguia em contato com a atual administração municipal por indicação do ex-secretário de Finanças de Gilberto Kassab, Mauro Ricardo Costa.

Donato ainda aproveitou o discurso para atacar as construtoras citadas nas investigações do MP. Segundo o vereador, elas “não são vítimas dos fiscais”, mas sim “sócias majoritárias desse esquema criminoso”.

Na semana passada, o promotor Roberto Bodini disse que Donato será chamado para depor, na condição de testemunha, sobre a Máfia do ISS. Em paralelo, o promotor do Patrimônio Público e Social, Marcelo Milani, instaurou inquérito civil para apurar a suspeita de enriquecimento ilícito do vereador petista. Em um curto período, o patrimônio declarado subiu de cerca de R$ 150 mil para mais de R$ 1 milhão. Ele alega que o dinheiro é fruto de uma herança recebida recentemente.

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