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Confira 7 dúvidas sobre o uso do anticoncepcional

A ginecologista e obstetra Leryane Marques Blaszkowski responde a dúvidas sobre o uso da pílula combinada, o método mais usado por brasileiras

Saúde|Brenda Marques, do R7

Disponível no SUS (Sistema Único de Saúde), a pílula combinada (progesterona e estrógeno) é o métedo contraceptivo mais usado por brasileiras, com maior aceitabilidade pelo corpo feminino e possui eficácia de 99,7%, de acordo com a ginecologista e obstetra Leryane Marques Blaszkowski.

Contudo, sua utilização é cercada de mitos e ainda traz muitas dúvidas para as mulheres. O que diferencia cada pílula são as dosagens de etinilestradiol (estrógeno usado para a contracepção) e o tipo de progesterona que nela está contido.

"Quando a pílula foi lançada, nos anos 1980, era uma bomba hormonal, tinha de 50 microgramas. Hoje a menor dose disponível é de 15 microgramas e a maior é mista, de 30 a 40 microgramas. Isso porque perceberam que era possível ter o mesmo efeito contraceptivo com doses menores, o que causa menos efeito colateral", explica.

De acordo com a ginecologista, há efeitos colaterais que são comuns durante o período de adaptação à pílula. "A mulher pode ter dores nas mamas, dor de cabeça, inchaço nas pernas, gastrite, vômitos e náuseas".

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Ela afirma que o uso da pílula pode trazer risco à saúde para algumas mulheres - como trombose venosa profunda e tromboembolismo pulmonar (TEP) -, mas enfatiza que a orientação médica é a chave para usar o medicamento de maneira segura. E isso vale para todos os outros métodos contraceptivos.

"Em um estádio de futebol com 100 mulheres, duas já vão ter risco [de ter trombose] simplesmente porque são mulheres. Cinco vão ter risco porque usam a pílula e 10 por estarem grávidas", exemplifica.

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Mulheres obesas, hipertensas, fumantes e que estão acima dos 35 anos de idade estão quatro vezes mais suscetíveis a essas doenças caso usem a pílula.

Em entrevista ao R7, a especialista responde sete perguntas sobre o uso deste método contraceptivo. Confira:

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R7: Quanto tempo depois de tomar a pílula a mulher pode se considerar protegida?

Leryane Marques Blaszkowski: A partir do ínicio da segunda cartela. Na primeira, é preciso ver se ela vai se adaptar. Não adianta, por exemplo, tomar e ter diarreia ou vomitar, porque aí a pílula não foi absorvida pelo organismo.

R7: Como funciona a pílula anticoncepcional? Ela pode ser considerada abortiva?

Leryane Marques Blaszkowski: Não. Ela inibe a ovulação durante o ciclo menstrual. Se não tem óvulo, a mulher não engravida. Mesmo a pílula do dia seguinte não é abortiva.

Leia também: Pílula do dia seguinte equivale a meia cartela de anticoncepcional

R7: Tomar pílula por muito tempo pode causar infertilidade ou dificuldade para engravidar?

Leryane Marques Blaszkowski: Não. O método é 100% reversível. O organismo faz o chamado "feedback positivo": o ovário vai voltar a funcionar quando a mulher parar de tomar a pílula. Não faz diferença se ela tomou por um ou 10 anos. A partir do segundo mês sem tomar, a ovulação já volta ao normal.

R7: O que fazer se esquecer de tomar a pílula por um dia? E por mais de um?

Leryane Marques Blaszkowski: A regra é ter disciplina: tomar todo dia, no mesmo horário. Se ela lembrar em até 12 horas, pode tomar a pílula daquele dia normalmente. Agora, se lembrou só no dia seguinte, pode até continuar [a cartela], mas tem que usar camisinha ou outro método anticoncepcional, porque a eficácia da pílula diminui e há chance de engravidar.

Pílula anticoncepcional deve ser tomada todo dia, no mesmo horário
Pílula anticoncepcional deve ser tomada todo dia, no mesmo horário Pílula anticoncepcional deve ser tomada todo dia, no mesmo horário

R7: Existem medicamentos que cortam o efeito do anticoncepicional?

Leryane Marques Blaszkowski: Sim. Principalmente antibióticos, antidepressivos e anti-inflamatórios. Se a mulher estiver usando antibiótico na vigência da pílula, a orientação é que ela não tenha relação sexual ou use outro método contraceptivo.

R7: Há risco de engravidar durante a pausa entre cartelas?

Leryane Marques Blaszkowski: Não. Nesse período, a mulher não está protegida pela pílula, mas ela não engravida porque o útero já está pronto para descamar, então o fluxo menstrual leva o espermatozoide embora.

R7: É possível usar o anticoncepcional para parar de menstruar, por exemplo, em um período de férias?

Sim, mas tem que ter orientação médica. Existem anticoncepcionais que cortam a menstruação. Se a paciente tem muito efeito colateral, o melhor é parar de menstruar. Tem inclusive um livro do Elsimar Coutinho chamado "Menstruação, a sangria inútil". Menstruação não é limpeza, é simplesmente ausência de gravidez.

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