Dia Mundial do Chocolate: conheça os motivos científicos por trás do desejo pelo doce
Alimento ajuda na produção de serotonina, neurotransmissor responsável pelas sensações de prazer e bem-estar
Saúde|Giovanna Borielo, do R7
Apreciado por muitos, o chocolate é um doce que, dificilmente, não faz parte da rotina da população.
Iguaria inventada pelos astecas ao fazer uma infusão com as sementes, o chocolate passou a ser difundido pelo mundo em 1528 pelo navegador espanhol Hernán Cortez, segundo a Abicab (Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas).
No Brasil, as sementes de cacau foram trazidas em 1746 e, a partir daí, o doce foi difundido pelo país. Com sua popularidade, é celebrado nesta sexta-feira (7) o Dia Mundial do Chocolate.
E o que explica a vontade de comer chocolate?
A nutricionista Melina Conejo afirma que existem alguns motivos.
"Fatores culturais, como, se a pessoa foi acostumada desde cedo a consumir, ou hábitos sociais, quando você passa a trabalhar em um lugar e, todos os dias, o pessoal, após o almoço vai comer um docinho, são algumas das explicações".
Ainda, dietas restritivas, com poucas calorias e que não tragam saciedade, ou poucas fibras, o que desregula a quantidade de açúcar no sangue, fazem com que o organismo demande a rápida reposição da substância — o que pode ser suprido pelo consumo do chocolate.
Melina alega que algumas necessidades nutricionais também podem gerar o desejo específico pelo doce, como a deficiência de vitaminas do complexo B ou de magnésio.
"O chocolate é rico em magnésio e, se sentimos aquela vontade excessiva e incontrolável, pode ser um sinal de que o corpo está pedindo o nutriente."
Ela completa, lembrando que, na segunda metade do ciclo menstrual, os níveis de magnésio caem, o que justificaria a vontade de chocolate nesse período.
O endocrinologista Renato Zilli, membro do corpo clínico do Hospital Sírio-Libanês e da SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia) pontua outro fator que gera a vontade: o efeito da gordura e do carboidrato no cérebro é semelhante ao do vício em algumas drogas, como a cocaína.
Nessa mesma área, o açúcar também libera neurotransmissores ligados à sensação de prazer.
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O psicólogo Yuri Busin, doutor em neurociência do comportamento pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, detalhe que o chocolate pode melhorar questões emocionais e de humor.
Isso porque o alimento faz com que o cérebro libere alguns neurotransmissores, como a serotonina, gerando a sensação de bem-estar e prazer.
"Muitas vezes temos essa vontade em momentos de tristeza porque, a partir disso, fazemos uma compensação emocional", argumenta Busin.
E após o almoço?
Melina observa que, após a refeição, é comum que as pessoas sintam a vontade específica pelo chocolate. Isso costuma acontecer devido ao processo de digestão, que diminui o estoque de serotonina.
Assim, o corpo pede pela rápida compensação do neurotransmissor. No caso, o chocolate é rico em triptofano, enzima precursora da produção de serotonina e, dessa maneira, o consumo aceleraria a sua produção.
Benefícios
A nutricionista informa que o chocolate é rico em flavonoides, tipo de antioxidante que melhora o fluxo sanguíneo e previne o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
O doce ajuda, ainda, na redução da pressão arterial, devido suas propriedades vasodilatadoras.
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O chocolate também é fonte de energia, por ser um alimento rico em carboidratos. Os antioxidantes presentes no doce auxiliam a capacidade cognitiva, assim como a presença de substâncias estimulantes, como a teobromina e a cafeína, melhorando o estado de alerta e o rendimento intelectual. A presença dos antioxidantes ajuda na saúde da pele, pois diminui a sua inflamação.
No entanto, os benefícios são decorrentes do consumo de chocolates com a menor quantidade de açúcar em sua composição, muitas vezes com composição de 85% cacau ou mais.
É importante salientar que o chocolate é um alimento calórico e deve ser consumido em pequenas porções.
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