O atacante Neymar sofreu uma fissura no quinto metatarso, osso que liga a lateral do pé ao dedo mínimo e será operado. A contusão aconteceu no último domingo (25) em jogo do PSG pelo Campeonato Francês.
Ele torceu o tornozelo direito em uma disputa de bola e deixou o campo de maca, chorando.
Ainda não se sabe a relação entre a torção do tornozelo e a fissura no pé. De acordo com o ortopedista Sérgio Piedade, coordenador da área de Medicina do Exercício e do Esporte da Faculdade de Medicina da Unicamp, os mecanismos de lesão da torção e da fratura são, na prática, muito próximos. Segundo ele, a carga da torção do tornozelo pode repercutir no pé. “A avaliação do entorse inclui não somente a articulação do tornozelo, mas os ossos do pé também”, explica.
Embora essa fratura tenha potencial de se consolidar naturalmente, como qualquer outra, a cirurgia com uso de parafuso é indicada para a mais rápida consolidação do osso, de acordo com o ortopedista Arnaldo Hernandez, do núcleo de Medicina do Exercício e do Esporte do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. “Se a fissura não for fixada com parafuso, ela não se estabiliza”, afirma.
Piedade ressalta que a abordagem terapêutica mais agressiva – a cirurgia – é geralmente adotada em atletas de alto desempenho. “O objetivo é o retorno mais precoce do atleta às atividades esportivas, principalmente às vésperas de um grande evento esportivo, como a Copa 2018”, afirma.
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A função desse osso é dar sustentação à estrutura do corpo. “Esse osso é muito importante na estrutura de sustentação do pé. É uma área muito grande de poio do pé e uma região que recebe a carga do peso corporal”, explica.
Esse osso ainda faz a ligação do tendão do músculo tibular curto. Esse músculo, que está localizado do lado de fora da perna, passa por trás do tornozelo e se liga ao quinto metatarso, tem grande importância para os jogadores de futebol, segundo o especialista. “O jogador usa muito para conduzir a bola”, diz. “Essa fratura normalmente está associada ao esforço repetitivo”, completa.
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Outras causas possíveis da fissura no quinto metatarso são "traumas torcionais", como o que ocorreu no tornozelo do atacante, ou trauma direto, de acordo com Piedade.
A cirurgia, considerada de pequeno porte, dura em média um hora e é realizada com a ajuda de um aparelho chamado intensificador de imagem, espécie de raio-x que envia imagens ampliadas em tempo real para os cirurgiões. A operação consiste em passar um parafuso por dentro do osso para dar estabilidade enquanto ele se consolida.
De acordo com Hernandez, a recuperação se dá entre quatro e seis semanas. “O parafuso fica dentro do corpo para o resto da vida”. Ele explica que os riscos dessa cirurgia são os mesmo de qualquer operação, como risco de infecção e dor no local do parafuso. Hernandez ressalta que, após a cirurgia, é importante ter cuidado em não torcer o tornozelo.