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Libéria isola 75 mil pessoas por causa de ebola

Na Nigéria, morre mais um médico; EUA tem um caso suspeito

Saúde|Do R7

Ebola já matou mais de 1.300 pessoas
Ebola já matou mais de 1.300 pessoas

A presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, decretou nesta quarta-feira (20) um toque de recolher e isolou mais de 75 mil pessoas em uma área da capital Monróvia. Segundo a mandatária, "a partir desta quarta-feira haverá um toque de recolher das 21h às 6h. Todos os centros recreativos e clubes deverão fechar às 18h".

Os moradores do subúrbio de West Point e de um quarteirão da cidade de Kakata deverão ficar isolados e acordaram hoje com um grande cordão de isolamento feito por militares e pela polícia.

Os homens estavam armados "pesadamente", informaram fontes locais. Eles também contaram que a comunidade ficou revoltada com a ação e atacou os militares com pedras. O clima é de muita tensão no local.

A Libéria é um dos países mais atingidos pela epidemia de ebola e é considerado fundamental para desestabilizar o avanço da doença para outras regiões.


Médica morre de ebola na Nigéria e se torna 5ª vítima fatal da doença no país

Além da Libéria, o ministro da Saúde da Nigéria, Onyebuchi Chukwu, anunciou que o médico que havia tratado a primeira pessoa contagiada pelo vírus no país morreu nesta segunda-feira.


— Com esta morte, o número de vítimas do ebola subiu para cinco na Nigéria.

Já nos Estados Unidos, um paciente foi colocado em isolamento por suspeita de ter contraído a doença. A internação ocorreu no South Sacramento Medial Center da Califórnia e agora os especialistas estão fazendo análises sanguíneas para saber se ele tem mesmo ebola.


Temor do ebola freia turismo na África

Em nota, o centro hospitalar disse que "mesmo que o caso não esteja confirmado, estamos adotando as precauções previstas para a proteção dos pacientes, dos médicos e de todos os trabalhadores". Até o momento, o ebola foi detectado em Guiné, na Libéria, na Nigéria e em Serra Leoa. Mas, os governos do Vietnã e do Myanmar anunciaram que estão analisando possíveis casos da doença em seus territórios.

Combate ao vírus

Dois robôs dos Estados Unidos foram enviados para a Libéria para ajudar no combate à doença. Segundo as autoridades, eles podem higienizar rapidamente uma área que tenha o vírus através de raios ultravioletas. Os equipamentos são ideais para hospitais e centros de tratamentos que combatem ao ebola e as máquinas já são utilizadas em diversos hospitais norte-americanos.

De acordo com a equipe que está enviando os equipamentos, cerca de 10% a 15% das vítimas foram infectadas trabalhando no combate à doença.

Já especialistas da OMS (Organização Mundial de Saúde) anunciaram nesta quarta que estão pensando em uma nova solução para combater o problema, já que a quantidade de medicamentos é ainda insuficiente para enfrentar a epidemia. Eles analisam a possibilidade de usar o plasma sanguíneo de quem sobreviveu ao ebola, já que eles produziram anticorpos que conseguiram combater o problema.

"Alguns estudos apontam que usar o sangue dos sobreviventes pode ser uma estratégia de sucesso. Em 1995, na República Democrática do Congo, oito pessoas infectadas receberam esta terapia e sete sobreviveram. Mesmo que os resultados sejam contraditórios, vale a pena testar esse caminho visto a quantidade de vítimas", disse David Wood ao jornal inglês The Independent.

Segundo a própria OMS, nessa atual epidemia, 40% das pessoas contaminadas conseguiram sobreviver. Os pesquisadores estão analisando o sangue delas para testar outras doenças e depois separam o plasma.

Os anticorpos presentes no plasma são produtos dos glóbulos brancos em resposta à invasão externa do corpo. Um artigo na revista Nature destacou que até 30 mil pessoas precisam dos medicamentos, mas que os remédios que existem no mercado não são todos adequados ao tratamento da doença.

A Universidade do Texas anunciou nesta segunda-feira que encontrou a cura para um vírus "irmão" do ebola em animais.

Segundo estudo divulgado na revista Science Translational Medicine, a terapia desenvolvida pelos pesquisadores foi realizada com macacos para o vírus Marv-Angola, que tem 90% de letalidade para os doentes. O vírus é "da família" do ebola e conseguiu curar os primatas em até 3 dias após eles terem contraído a doença.

Save the Children

O diretor regional para Emergências Humanitárias da ONG Save the Children, Rob MacGillivray, afirmou que "esta é a maior epidemia de ebola que o mundo já viu". Ele contou que a entidade está trabalhando para que o vírus não atinja às crianças em grande escala, já que os pais mantêm as crianças longe dos centros médicos.

"Os pais estão, compreensivelmente, preocupados e estão afastando seus filhos dos centros médicos por medo de que eles entrem em contato com a infecção. Já as mulheres das comunidades estão incentivando que as famílias procurem ajuda médica não qualificada", disse MacGillivray pedindo o envio de pediatras para fazer um tratamento específico para as crianças contaminadas.

A epidemia de ebola já matou 1230 pessoas e infectou outras 2240, segundo o último balanço divulgado pela OMS.

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