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Mapas em 3D inéditos do câncer colorretal podem ajudar no tratamento da doença no futuro

Tumor é o segundo tipo mais comum no Brasil e recentemente vitimou Pelé, além de afetar Preta Gil e Simony

Saúde|Do R7

Mapas mostram características até então desconhecidas da doença
Mapas mostram características até então desconhecidas da doença

Cientistas da Escola de Medicina da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, apresentaram nesta quinta-feira (19) uma série de mapas inéditos em 2D e 3D do câncer colorretal, um dos tumores mais frequentes em todo o mundo.

O câncer colorretal é um dos mais comuns no Brasil. Segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer), excluindo-se os tumores de pele, é o segundo com maior incidência, independentemente do gênero dos pacientes.

Pelé foi vítima de um câncer colorretal e faleceu em 29 de dezembro do ano passado. As cantoras Preta Gil e Simony também foram diagnosticadas recentemente com esse tipo de tumor. 

A equipe de pesquisadores, que envolveu patologistas, engenheiros e cientistas computacionais, combinou análise de tecidos (histologia) com tecnologias de célula única para criar mapas em larga escala do tumor.


Os resultados foram publicados na revista Cell e fornecem novas informações sobre a estrutura do câncer, como ele se forma, progride e interage com o sistema imunológico.

O coautor do estudo, o professor Peter Sorger, afirma em comunicado que as descobertas trazem respostas nunca antes vistas em 150 anos de patologia diagnóstica.


"Uma analogia é que antes estávamos apenas olhando para o rabo ou a pata do elefante, mas agora, pela primeira vez, podemos começar a ver o elefante inteiro de uma só vez.”

Os achados com os mapas revelam "que muitos dos elementos e estruturas tradicionalmente considerados isolados estão, na verdade, interconectados de maneiras inesperadas", complementa o professor.


O trabalho é mais um que vai compor a Rede de Atlas de Tumores Humanos, do Instituto Nacional de Câncer dos Estados Unidos. Os mapas ficarão disponíveis gratuitamente para toda a comunidade científica.

Os cientistas já haviam usado uma abordagem semelhante para desenvolver mapas de melanoma – o tipo mais agressivo de câncer de pele – em estágio inicial. Outros já estão em andamento, como de mama e cerebral.

A escolha por tumor colorretal e melanoma se deu porque são comuns e com necessidades médicas não atendidas, segundo os autores.

O objetivo da equipe é que o atlas de câncer impulsione pesquisas, além de melhorar o diagnóstico e o tratamento.

O contexto desses mapas envolve justamente o que tem de mais moderno nas pesquisas de câncer: a medicina de precisão. Isto porque tumores podem ter diferenças significativas que impactam nas terapias.

"A grande história da tradução aqui é construir o conhecimento para tornar a medicina de precisão prática para a maioria dos pacientes", disse, também em comunicado, o coautor sênior do estudo, Sandro Santagata.

Visão geral das amostras de câncer colorretal usadas para criar mapas 2D e 3D
Visão geral das amostras de câncer colorretal usadas para criar mapas 2D e 3D

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