Tecnologia e Ciência Elon Musk só circula na sede do Twitter com guarda-costas, que o seguem até no banheiro

Elon Musk só circula na sede do Twitter com guarda-costas, que o seguem até no banheiro

Segundo engenheiro que se manteve anônimo, medida de segurança é reflexo de crise de confiança enfrentada pela empresa

Resumindo a Notícia

  • Elon Musk anda na sede do Twitter acompanhado de, pelo menos, dois guarda-costas.
  • Segundo um engenheiro que conversou com a BBC, os seguranças o seguem até no banheiro.
  • As medidas são reflexo do momento caótico que vive a empresa.
  • Com demissões, plataforma não consegue mais proteger usuários da ação de assediadores.
Segundo engenheiro, Elon Musk  não confia nos funcionários do Twitter

Segundo engenheiro, Elon Musk não confia nos funcionários do Twitter

Adam S Davis/EFE

O Twitter vive um momento de absoluta bagunça, em que engenheiros com anos de experiência são demitidos, e serviços antes desenvolvidos por uma equipe de 20 pessoas são mantidos por um único funcionário recém-contratado. Além disso, Elon Musk, proprietário da rede social, vive em estado de muita desconfiança e só anda na sede principal da plataforma acompanhado por "pelo menos dois guarda-costas".

A revelação foi feita por uma longa reportagem da BBC, que descreveu ainda como o Twitter não é mais capaz de manter um ambiente seguro de trolls e outros assediadores online.

A rede de notícias conversou principalmente com um engenheiro que não teve a identidade revelada (e foi nomeado Sam) e ainda trabalha no principal escritório da empresa, em São Francisco, no estado da Califórnia.

"Onde quer que ele vá no escritório, há pelo menos dois guarda-costas — muito fortes, altos, guarda-costas [no estilo de filmes de Hollywood]. Mesmo quando [ele vai] ao banheiro", revela Sam.

A paranoia de Musk, que comprou a rede social por US$ 44 bilhões e luta para conseguir receita dela, é apenas parte do problema.

Conteúdo tóxico

Pesquisas internas da empresa sugerem que conteúdos de ódio cresceram no Twitter sob gestão de Musk, bem como trolls e perseguição. Os gerentes que cuidavam das ferramentas para evitar esses tipos de ataque foram demitidos ou receberam novas atribuições, revelou a fonte.

Os guarda-costas do bilionário ficaram famosos durante o julgamento de um caso da Tesla

Os guarda-costas do bilionário ficaram famosos durante o julgamento de um caso da Tesla

REUTERS/Vídeo

"Não há ninguém lá para trabalhar nisso neste momento", disse Lisa Jennings Young, ex-chefe de design de conteúdo do Twitter, que se referiu a um sistema que alertava usuários sobre o uso de possíveis palavras de ódio antes que o tuíte fosse enviado para publicação.

Conteúdos que envolvem exploração sexual infantil também se tornaram um problema crescente na plataforma, ainda que o assunto ainda não seja investigado por autoridades.

Segundo os entrevistados, não há nenhum tipo de iniciativa para lidar com essas questões no momento, tampouco para diminuir a crise de confiança que separa Musk de seus funcionários.

Novo CEO

O bilionário afirmou recentemente que está em busca de um CEO para liderar a rede social, após usuários decidirem em uma enquete pelo afastamento dele como presidente da plataforma.

Especulações internas de funcionários do Twitter mostram que o novo CEO pode ser um velho aliado de Musk: Steve Davis, atualmente presidente da Boring Company, a empresa de Musk que cria túneis para diminuir o tráfego em grandes cidades — além de lança-chamas de brinquedo que foram considerados armas perigosas.

Segundo o site Platformer, Davis ajudou a planejar a mais recente rodada de demissões da empresa, que dispensou 200 funcionários, enquanto dormia na sede da empresa acompanhado do filho recém-nascido.

Anteriormente, Davis foi encarregado por Musk de cortar cerca de US$ 500 milhões (R$ 2,58 bilhões) em custos operacionais da rede social. Segundo o site The Information, ele conseguiu cortar o dobro do valor — ao custo de não pagar aluguel de escritórios importantes e se livrar de servidores de backup que garantem o funcionamento da plataforma.

Em alguns postos de trabalho, funcionários precisaram levar o próprio papel higiênico porque a empresa parou de repor itens básicos. Além disso, Musk leiloou itens de escritórios para levantar dinheiro.

Antes de chegar ao Twitter e à Boring Company, Davis trabalhou na SpaceX — de acordo com a reportagem, os dois trabalham juntos desde 2003.

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