TikTok reduz meta de receitas em pelo menos R$ 10 bilhões, em meio à crise do mercado de tecnologia
Queda do mercado de publicidade, fim da pandemia e desaceleração econômica nos EUA são algumas das causas da possível queda de ganhos da empresa
Tecnologia e Ciência|Do R7
A ByteDance, controladora da rede social TikTok, reduziu em pelo menos US$ 2 bilhões (R$ 10,37 bilhões, no câmbio atual) a meta de receitas globais da empresa para 2022, uma consequência direta do cenário de crise que impacta fortemente diversos gigantes de tecnologia.
O anúncio foi divulgado pela imprensa mundial pouco depois de o Facebook apresentar resultados financeiros ruins e anunciar uma grande rodada de demissões, que atingirá cerca de 11 mil funcionários da empresa.
Shou Zi Chew, CEO do TikTok, afirmou a funcionários em uma reunião virtual no fim de setembro que a projeção de receitas da empresa foi ajustada para US$ 10 bilhões (R$ 51,70 bilhões), após ser originalmente fixada em um valor em torno de US$ 12 bilhões a US$ 14,5 bilhões.
De acordo com reportagens do Financial Times e Bloomberg, as equipes de venda de anúncios e comércio eletrônico, as principais fontes de renda da empresa, foram responsabilizadas pela baixa na arrecadação, embora o cenário de crise econômica, principalmente nos Estados Unidos, também tenha sido citado como causa para a queda.
Da mesma forma, a Meta teve uma queda de receitas de 4%, enquanto YouTube e Snapchat apresentaram ganhos abaixo do esperado por projeções anuais.
Mesmo com a revisão da meta de receitas, o TikTok ainda é parte de uma das empresas de "crescimento mais rápido" do mercado de tecnologia, segundo o Financial Times.
Analistas ouvidos pela Bloomberg afirmam que o corte na receita é também reflexo da rápida expansão global da plataforma, que organizou eventos em vários países do mundo e aumentou gastos com salários, para atrair talentos de empresas rivais.
Crise no setor
Outros gigantes do mercado de tecnologia também apresentaram resultados abaixo do esperado, o que mostra que a crise que atinge o mercado é mais ampla do que problemas com redes sociais — Alphabet, Amazon e Microsoft, que possuem negócios em diversas áreas, são algumas delas.
Na semana passada, duas empresas do Vale do Silício — Stripe (pagamentos online) e Lyft (reservas de carros com motorista) — relataram demissões em massa, e a Amazon congelou as contratações em seus escritórios.
Enquanto isso, o Twitter enfrenta sua própria crise, após ser comprada pelo bilionário Elon Musk, que demitiu diretores e metade dos funcionários, e tenta aumentar os ganhos com o site rapidamente.
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