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R7 Brasília

Câmara aprova fim da autorização do marido para laqueadura

Proposta que retira a exigência de consentimento do cônjuge para a realização de esterilização voluntária segue para o Senado

Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília

Câmara aprova projeto que dá autonomia à mulher para fazer laqueadura
Câmara aprova projeto que dá autonomia à mulher para fazer laqueadura unknown

Na data em que se celebra o Dia Internacional Mundial da Mulher, na terça-feira (8), a Câmara dos Deputados aprovou, em votação simbólica, o projeto de lei que dá autonomia à mulher para decidir, independentemente de autorização do marido, submeter-se ou não a um procedimento de laqueadura. O texto segue para análise no Senado. 

A atual legislação determina a necessidade de consentimento expresso do cônjuge para a autorização de esterilizações. A regra também vale para homens que desejam realizar uma vasectomia. Relatora do projeto, a deputada Soraya Santos (PL-RJ) ressaltou que a lei "não pode surgir para tutelar e decidir por nós".

O texto ainda prevê a possibilidade de que a cirurgia de laqueadura seja realizada durante o parto, desde que o pedido seja feito com, pelo menos, dois meses antes do nascimento da criança e com aval médico.

Outra mudança é a idade mínima para se submeter ao procedimento. Se virar lei, mulheres e homens a partir de 21 anos podem realizar a esterilização voluntária e não mais a partir dos 25 anos. No caso de quem tem pelo menos dois filhos vivos, não há idade mínima para a cirurgia nem na atual legislação, nem nos termos da proposta. 


Quanto à previsão de fornecimento de métodos contraceptivos, o projeto estabelece o prazo máximo de 30 dias para que os serviços de saúde atuem. "Temos a certeza de que é possível a organização nesse sentido", defendeu Soraya, justificando que a limitação do tempo é necessária no atual contexto. Ela citou a inserção do DIU (dispositivo intrauterino), argumentando que há marcante dificuldade para o fornecimento do dispositivo e realização do procedimento.

As regras se aplicam tanto ao SUS (Sistema Único de Saúde), quanto à rede privada. Se aprovadas no Senado e sancionadas, as novas regras entram em vigor em 180 dias após a publicação da lei. 

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