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Em reunião ministerial, Lula diz que indígenas são 'questão de Estado'

Presidente defendeu nesta terça-feira (9) que não seja possível perder uma guerra para "garimpo e madeireiro ilegal"

Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

Encontro aconteceu nesta terça-feira
Encontro aconteceu nesta terça-feira Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou em reunião ministerial realizada nesta terça-feira (9) que as questões indígenas devem ser tratadas como "questão de Estado" e defendeu que não seja possível perder uma guerra para "garimpo e madeireiro ilegal". O encontro, feito no Palácio do Planalto, tem o objetivo de discutir as ações do governo para indígenas de todo o país, em especial os yanomamis.

"A gente vai decidir tratar a questão de Roraima, a questão indígena e a questão dos yanomami como questão de Estado. Vamos ter que fazer um esforço ainda maior, utilizar todo o poder que a máquina pública pode ter. Porque não é possível que a gente possa perder uma guerra para garimpo ilegal, para madeireiro ilegal, para pessoas que estão fazendo coisas contra o que a lei determina", afirmou Lula.

"Nós temos territórios indígenas demarcados, temos que cuidar com muito carinho, e essa reunião é para definir uma vez por todas o que o governo vai fazer para evitar que os indígenas brasileiros sejam vítimas de massacre, de vandalismo, da garimpagem e das pessoas que querem invadir as áreas que estão preservadas e têm dono, que são os indígenas, e não podem ser utilizadas. Temos que fazer um combate muito sério e essa reunião de hoje é para fazer uma revisão do que foi feito ano passado e o que tem que fazer a partir de hoje", completou.

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As declarações foram dadas por Lula no início da reunião ministerial. Participam do encontro, entre outros, os ministros Flávio Dino (Justiça), José Múcio (Defesa), Nísia Trindade (Saúde), Rui Costa (Casa Civil), Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social), Marina Silva (Meio Ambiente), Sônia Guajajara (Povos Indígenas), Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Silvio Almeida (Direitos Humanos), Esther Dweck (Gestão), Andrei Rodrigues (Polícia Federal) e Joenia Wapichana (Funai). 


No ano passado, o governo reconheceu a grave situação sanitária e nutricional da população Yanomami e instituiu o Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública (COE- 6 Yanomami), coordenado pelo Ministério da Saúde, para ações emergenciais de enfrentamento da situação. Em 2023, mais de 13 mil atendimentos de saúde foram realizados aos indígenas encontrados em grave situação de abandono. Foram enviados 4,3 milhões de unidades de medicamentos e insumos, e aplicadas 52.659 doses de vacinas.

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A Polícia Federal deflagrou 13 operações ao longo de 2023, resultando em 114 mandados de busca e apreensão, 175 prisões em flagrante e R$ 589 milhões em bens apreendidos. Estão em andamento 387 investigações. O órgão também fez investigações com foco nos grandes patrocinadores do comércio ilegal de ouro. Nesse caso, foram destruídas 88 balsas, 12 aeronaves, 35 embarcações, 357 motores, 74 geradores de energia, 31 motosserras, 450 barracas de acampamento. Apreensões, por sua vez, de 10 aeronaves, 37 armas de fogo, 874 munições de arma de fogo, 205 aparelhos celular, dentre outros.

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