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Entenda como a CGU recuperou 120 GB de dados da 'Abin paralela', inclusive arquivos apagados

Cúpula da agência de inteligência teria dificultado acesso a informações durante operação da PF; policiais serão investigados

Brasília|Luís Augusto Evangelista, da RECORD, e Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília

Relatórios da 'Abin paralela' não tinham logo oficial
Relatórios da 'Abin paralela' não tinham logo oficial Relatórios da 'Abin paralela' não tinham logo oficial (Antonio Cruz/Agência Brasil - 02/03/2023)

A CGU (Controladoria-Geral da União) conseguiu recuperar 120 GB (gigabytes) de documentos da chamada Abin (Agência Brasileira de Inteligência) "paralela". Os dados, que incluem 8 GB de material apagado, foram obtidos em sindicância administrativa da controladoria em agosto do ano passado. A RECORD apurou que a ação da CGU foi capaz de identificar não só quem abriu e imprimiu os arquivos, mas também o conteúdo das informações.

Na investigação administrativa, as autoridades descobriram que os relatórios produzidos pela "Abin paralela", além de não conter o logo oficial da agência, tinham como alvo pessoas sem qualquer relação com as atribuições da agência ou dos trabalhos em curso.

Entre os documentos impressos, a CGU encontrou um resumo do currículo da promotora de Justiça do Rio de Janeiro Simone Sibilio, responsável por investigar a morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

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A CGU vai abrir PADs (processos administrativos disciplinares) para investigar os policiais federais da "Abin paralela" que agiam durante a gestão do agora deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) à frente da agência de inteligência, no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Esses agentes da PF foram afastados por determinação do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes na quinta-feira (25), dia em que uma operação da PF fez buscas em endereços ligados a Ramagem.

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Veja também: Abin monitorou ilegalmente Moraes e Gilmar Mendes, de acordo com investigação da Polícia Federal

Ainda no ano passado, durante a sindicância, a CGU encontrou provas de outros crimes, que ultrapassavam suas responsabilidades, e encaminhou todo o material para a Polícia Federal. A partir daí, a PF deflagrou as duas fases da operação — na última quinta (25) e em outubro do ano passado. Entre os autores dos materiais produzidos na "Abin paralela", estão os policiais federais afastados na quinta (25).

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Atual gestão da Abin teria dificultado investigação

A RECORD e o R7 também apuraram que a atual cúpula da Abin tentou dificultar o trabalho dos agentes federais durante a operação de quinta (25) na sede da agência. Os policiais teriam sido questionados a respeito do tamanho dos mandados de busca e apreensão e foram impedidos de acessar todos os documentos necessários. A intrusão teria levado os agentes a entrar em contato com Alexandre de Moraes para um novo despacho.

Leia mais: Núcleo de atuação da Abin tentou ligar ministros do STF ao PCC, indica investigação

Em nota ao R7, a Abin afirmou que "há 10 meses a atual gestão vem colaborando com inquéritos da Polícia Federal e do STF sobre eventuais irregularidades cometidas no período de uso de ferramenta de geolocalização, de 2019 a 2021. A Abin é a maior interessada na apuração rigorosa dos fatos e continuará colaborando com as investigações."

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