Falso religioso que prometia lucro de R$ 1 octilhão é preso
Osório José Lopes Júnior foi encontrado em Tocantins; ele era procurado pela Operação Falso Profeta da Polícia Civil do DF
Brasília|Carlos Eduardo Bafutto, do R7, e Natália Martins da Record TV
Procurado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), o falso religioso Osório José Lopes Júnior foi preso em Tocantins, no início da noite desta quinta-feira (21). Alvo da Operação Falso Profeta, deflagrada na quarta-feira (20), ele foi levado para a delegacia de Gurupi e não deve ser transferido.
O falso religioso é suspeito de aplicar golpes pelas redes sociais, orientando às vítimas, em sua grande maioria evangélicas, a investir R$ 25 e prometendo um retorno financeiro de R$ 1 octilhão. Ou, se aplicassem R$ 2.000, teriam um retorno de R$ 350 bilhões. Os investimentos seriam revertidos para ações humanitárias.
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Em 2018, Lopes Júnior foi acusado de aplicar golpes em fiéis de Goianésia (GO). Na época, ele e outro pastor informaram que precisavam reunir fundos para receber um título de R$ 1 bilhão, e quem os ajudasse teria lucros até dez vezes acima dos valores doados. Os dois conseguiram arrecadar R$ 15 milhões.
A outro investidor de São Paulo, Osório chegou a prometer um retorno financeiro de R$ 2 quatrilhões, após depósito de R$ 300 mil na conta do religioso, que foi realizado.
Operação Falso Profeta
De acordo com a Polícia Civil, o golpe pode ser considerado um dos maiores já investigados no Brasil, uma vez que foram constatadas, como vítimas, pessoas de diversas camadas sociais e de quase todas as unidades da federação, estimando-se mais de 50 mil vítimas. De acordo com a investigação, iniciada há cerca de um ano, o grupo do qual Osório faz parte é composto de cerca de 200 integrantes.
Ao todo, estão sendo cumpridos dois mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão, no Distrito Federal e em outras unidades da Federação.
A investigação mostra ainda que os suspeitos formam uma rede criminosa organizada, especializada em crimes como falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e estelionato por meio de redes sociais (fraude eletrônica), para enganar milhares de vítimas no Brasil e no exterior.
Também são cumpridas medidas cautelares de bloqueio de valores e bloqueio de redes sociais e a decisão judicial de proibição de utilização de mídias digitais.
Os suspeitos podem responder por falsificação de documentos, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, crimes contra a ordem tributária e organização criminosa.
A Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Ordem Tributária, vinculada ao Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (DOT/DECOR) do Distrito Federal recomenda às vítimas que ainda não registraram boletim de ocorrência que procurem as autoridades.