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Aceleramos o Captur, novo SUV compacto da Renault

Utilitário tem estilo moderno, é grande, recheado e guarda algumas 'heranças' do Duster

Carros|Diogo de Oliveira, do R7

Captur brasileiro nasce do Duster com design renovado em relação europeu, lançado em 2014
Captur brasileiro nasce do Duster com design renovado em relação europeu, lançado em 2014 Captur brasileiro nasce do Duster com design renovado em relação europeu, lançado em 2014

Faz uma década que a Renault investe em produtos mais "populares" para o Brasil. No lugar da linha europeia dos anos 90, trouxe o Logan, carro da romena Dacia. O sedã deu origem ao hatch Sandero, atual campeão de vendas da montadora por aqui. O Duster também nasceu do projeto, e vem sendo fundamental nos negócios. Agora, a marca volta a oferecer um produto europeu, o SUV compacto Captur.

Só que o Captur produzido em São José dos Pinhais (PR) é diferente. O design até antecipa a reestilização do europeu, produzido em Valladolid, na Espanha. Mas para por aí. Poucas peças, como faróis e tampa traseira, são iguais. O brasileiro tem carroceria maior, porque nasce do Duster — e não do novo Clio, como na Europa. O desenvolvimento foi local e faz parte dos R$ 500 milhões investidos até 2019.

Traseira tem linhas mais discretas, com LEDs nas lanternas que fazem um efeito tridimensional
Traseira tem linhas mais discretas, com LEDs nas lanternas que fazem um efeito tridimensional Traseira tem linhas mais discretas, com LEDs nas lanternas que fazem um efeito tridimensional

Tal como a minivan Scénic, o utilitário chega para ser o carro família com um toque de personalidade e sofisticação. O objetivo é competir com os SUVs posicionados acima do Duster, nicho onde as vendas só crescem — mesmo com a crise. A categoria é dominada desde 2015 pela dupla Honda HR-V e Jeep Renegade, primeiro e segundo colocados. Quase todos têm preços que variam de R$ 75 mil a R$ 100 mil.

O utilitário está a caminho das lojas em duas configurações. As entregas começam em março. A versão Zen usa o novíssimo 1.6 SCe flex (até 120 cv) acoplado ao câmbio manual de cinco marchas, enquanto a de topo Intense traz o veterano conjunto formado pelo motor 2.0 16V flex (até 148 cv) e o câmbio automático de quatro marchas. O plano é vender em maior volume o modelo mais caro, o único que experimentamos.

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Primeira volta

Visto de perto, o Captur logo chama a atenção pelas dimensões. É o maior SUV compacto — tem a maior altura em relação ao solo, os maiores ângulos (ataque e saída) e a posição de dirigir mais alta. O estilo segue o padrão atual da marca, com linhas bojudas e faróis conectados à grade, que traz o losango da Renault destacado no meio. O capô com dois vincos em diagonal confere robustez ainda maior.

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Ambas as versões calçam rodas de liga leve aro 17 com pneus de perfil médio (215/60) e com baixa resistência à rolagem, para ajudar no consumo. Na versão Intense, o conjunto tem acabamento diamantado, o que realça o design, um dos trunfos do novo SUV paranaense. Para atrair compradores, o Captur aposta na beleza de suas linhas, incomparavelmente mais modernas que as do irmão Duster.

Captur tem a maior altura em relação ao solo e os maiores ângulos de ataque e saída do nicho
Captur tem a maior altura em relação ao solo e os maiores ângulos de ataque e saída do nicho Captur tem a maior altura em relação ao solo e os maiores ângulos de ataque e saída do nicho

Por dentro, o ponto forte é evidentemente o espaço, sobretudo no porta-malas, que comporta até 437 litros, mesmo volume declarado no líder Honda HR-V. Mas ao vivo, o Renault parece maior, talvez por causa do enorme vão que facilita o acesso. Para os passageiros, a cabine é agradável e confortável, com espaço para cinco ocupantes. Todos contam com apoios de cabeça e cintos de três pontos.

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Apesar de toda a pompa estética, o Captur pode desapontar um pouco quem espera encontrar acabamento chique. Mesmo na versão mais cara o modelo abusa do plástico rígido por dentro. Algumas peças inclusive têm texturas e aspecto no padrão do Duster. Mas há coisas bacanas. O painel pode, por exemplo, ter acabamento em duas cores, e os bancos são confortáveis e largos, com formato em concha.

Painel tem linhas modernas e detalhes cromados e black piano, mas abusa do plástico rígido
Painel tem linhas modernas e detalhes cromados e black piano, mas abusa do plástico rígido Painel tem linhas modernas e detalhes cromados e black piano, mas abusa do plástico rígido

Outros pontos positivos do Captur são o isolamento acústico e o recheio. A cabine é uma das mais silenciosas da categoria, e a lista de equipamentos traz muito conteúdo desde a versão de entrada. O SUV sai de fábrica sempre com airbags frontais e laterais, freios com ABS, controles de estabilidade e de tração e assistente de saída em rampas. Tem ainda Isofix para cadeirinhas infantis e luzes diurnas em LEDs.

O conteúdo é farto também na parte de conforto. O modelo tem ar-condicionado, direção eletro-hidráulica, chave presencial com partida do motor por botão, trio elétrico, comando do som na coluna de direção, alarme, retrovisores rebatíveis e controle de cruzeiro com limitador de velocidade. De opcional, a versão Zen 1.6 tem apenas a central Media NAV com câmera de ré, e a pintura bicolor "Biton".

Um dos diferenciais do SUV é a pintura bicolor Biton, com mais de uma dezena de combinações
Um dos diferenciais do SUV é a pintura bicolor Biton, com mais de uma dezena de combinações Um dos diferenciais do SUV é a pintura bicolor Biton, com mais de uma dezena de combinações

Mas mesmo com uma das melhores relações custo/benefício do nicho, o Captur tem suas falhas. A principal delas é a mecânica do modelo mais caro. Na prática, o SUV acelera bem e entrega um rodar agradável na cidade. A transmissão automática de quatro marchas faz trocas suaves e rápidas, quase imperceptíveis no trânsito urbano. Mas a tecnologia está ultrapassada, é incapaz de dar maior agilidade e reduzir o consumo.

No primeiro contato com o SUV, aceleramos a versão Intense 2.0 pelo centro de São Paulo, e por trechos rodoviários no entorno da capital. O percurso não permitiu avaliar, por exemplo, o consumo de combustível. Nos poucos trechos em que pudemos acelerar, ficou a impressão de falta de maior agilidade nas acelerações e retomadas. Com este conjunto mecânico, o Captur anda bem, mas poderia ser melhor, sem dúvida.

Quadro de instrumentos tem mesmo formato do Europeu, com o velocímetro digital no meio
Quadro de instrumentos tem mesmo formato do Europeu, com o velocímetro digital no meio Quadro de instrumentos tem mesmo formato do Europeu, com o velocímetro digital no meio

Senti falta do ajuste de profundidade para o volante, algo que é padrão nos concorrentes. Encontrar a melhor posição de dirigir acaba sendo um pouco mais difícil. Também achei a posição dos bancos muito elevada, característica que deve atrair as mulheres. Mesmo ajustado na posição mais baixa, o motorista fica razoavelmente mais alto que o painel, o que acaba por melhorar a visibilidade.

Em conteúdo, o modelo fica devendo freio de estacionamento elétrico, alerta de ponto cego e start/stop, que desliga o motor em paradas curtas para economizar — os novos Logan e Sandero 1.6 SCe já trazem. Em vez disso, recebeu o modo Eco (até 2% de redução) e o sistema ESM, que recupera a energia gerada nas frenagens para alimentar o alternador, evitando que o componente "roube" potência do motor.

Central Media NAV incluí câmera de ré e GPS, mas não tem os sistemas Carplay e Android Auto
Central Media NAV incluí câmera de ré e GPS, mas não tem os sistemas Carplay e Android Auto Central Media NAV incluí câmera de ré e GPS, mas não tem os sistemas Carplay e Android Auto

Na parte de entretenimento, o Captur mantém a central Media NAV, presente em toda a linha nacional. O equipamento recebeu ajustes, mas não traz grande evolução. Há porta USB, Bluetooth, GPS nativo e um treinador virtual que dá dicas de como dirigir de forma econômica. A tela de 7 polegadas é sensível ao toque e a navegação é das mais simples. Falta só as plataformas Apple CarPlay e Google Android Auto.

Neste primeiro contato, o Captur mostrou mais virtudes que equívocos. É o modelo que faltava na linha Renault. Algumas heranças do Duster podem desagradar, mas o conjunto é sólido, tem ótimo equilíbrio dinâmico e um design cheio de estilo. O custo/benefício e o espaço interno são os trunfos, e o erro é a mecânica da versão Intense. Mas, em agosto chega o câmbio CVT no motor 1.6 SCe.

Aí o SUV promete subir de nível.

Mecânica da versão Intense combina o motor 2.0 flex e o câmbio automático de quatro marchas
Mecânica da versão Intense combina o motor 2.0 flex e o câmbio automático de quatro marchas Mecânica da versão Intense combina o motor 2.0 flex e o câmbio automático de quatro marchas

FICHA TÉCNICA

Renault Captur Intense 2.0 flex AT4

Motor: 2.0 16V, comando simples, flex

Potência: 143 cv (G) e 148 cv (E) a 5.750 rpm

Torque: 20,2 kgfm (G) e 20,9 kgfm (E) a 4.000 rpm

Transmissão: Automática sequencial, quatro marchas

Direção: Assistência eletro-hidráulica; tração dianteira (4x2)

Suspensão: Dianteira independente McPherson, traseira por eixo de torção

Pneus e rodas: 215/60 R17

Freios: Discos ventilados na frente, tambores atrás

Peso: 1.352 kg

Dimensões: 4,33 metros (comprimento); 1,81 m (largura); 1,62 m (altura); 2,67 m (entre-eixos)

Capacidade do tanque de combustível: 50 litros

Capacidade do porta-malas: 337 litros

Preço completo: R$ 91.390

Aceleração 0-100 km/h — 11,1 segundos (E), 12 segundos (G)

Velocidade máxima — 179 km/h (E), 174 km/h (G)

Consumo urbano — 6,2 km/l (E); 8,8 km/l (G)

Consumo rodoviário — 7,3 km/l (E); 10,8 km/l (G)

PREÇOS E CONTEÚDOS

Renault Captur Zen 1.6 flex MT5 — R$ 78.900

Principais equipamentos: quatro airbags (frontais e laterais dianteiros), controle eletrônico de estabilidade (ESP), controle de tração (ASR), assistente de partida em rampas (HSA), freios com ABS, Isofix, direção eletro-hidráulica, volante com regulagem da altura, ar-condicionado, rodas de liga leve de 17 polegadas, vidros elétricos, alarme, chave-cartão presencial, comando de áudio e celular na coluna de direção, assento do condutor com regulagem de altura, luzes diurnas em LED, retrovisores rebatíveis, piloto automático com e limitador de velocidade.

Opcionais: Pintura Biton (R$ 1.400), central multimídia Media NAV + câmera de ré (R$ 1.990)

Renault Captur Intense 2.0 flex AT4 —R$ 89.490

Principais equipamentos: Pacote Zen + rodas aro 17 diamantadas, apoio de braço central, central Media NAV com câmera de ré, ar-condicionado automático, sensores de chuva e de luz, e farol de neblina com função Cornering Light (ilumina nas curvas).

Opcionais: Pintura Biton (R$ 1.400), forração em couro (R$ 1.500)

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