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Educação

Alunos decidem hoje se mantêm protesto no colégio Fernão Dias

Escola foi ocupada na sexta-feira contra falta de merenda e "reorganização velada"

Educação|Do R7

Secretaria nega que haja processo de reorganização em curso
Secretaria nega que haja processo de reorganização em curso

Os alunos da Escola Estadual Fernão Dias, em Pinheiros, zona oeste da capital, decidem nesta segunda-feira (2) se continuam ou suspendem a ocupação feita na madrugada de sexta-feira (29), contra a falta de merenda em escolas técnicas e supostos desvios de recursos da merenda. No domingo (1º), estudantes e jovens apoiadores participaram de uma aula aberta com professores para discutir a qualidade do ensino público.

A decisão, que será tomada apenas pelos alunos matriculados na Fernão Dias em assembleia, deve pautar o futuro das ações dos estudantes, uma vez que a unidade virou símbolo das ocupações feitas entre novembro de 2015 e janeiro deste ano contra a reorganização escolar que previa o fechamento de 93 unidades. Se a maioria defender a permanência da ocupação, os secundaristas dizem acreditar que novas escolas vão aderir ao movimento, assim como aconteceu no fim do ano passado, quando 196 unidades chegaram a ser ocupadas e o governo Geraldo Alckmin (PSDB) recuou da medida.

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"A ocupação foi feita por uma minoria. Agora é a maioria que vai decidir se quer mantê-la, de forma democrática", disse a estudante Jacqueline Castro, de 17 anos. Segundo o grupo, a permanência dará força também para a retomada dos chamados "travamentos" de ruas e avenidas para chamar a atenção da população, como aconteceu no ano passado. "Acho que a ocupação tem de continuar porque estão fazendo uma reorganização velada, fechando salas de aula", disse Henrique Souza, de 24 anos, ex-aluno da rede pública e apoiador do movimento.


Seletivo

A Secretaria Estadual da Educação afirmou, em nota, que "não há qualquer processo de reorganização em curso" e que as invasões "fazem parte de uma ação seletiva exclusivamente de natureza política".


No domingo, segundo dia de ocupação, os estudantes receberam mais doações de alimentos e materiais de higiene e realizaram a aula pública "em defesa da educação". "As justificativas usadas para se fazer a reorganização não têm fundamento, usam fotografias da rede pública no presente, como solução emergencial, e não como um plano de educação para dez anos", disse o professor de Filosofia Silvio Carneiro, da Universidade Federal do ABC (UFABC). Não houve incidentes.

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