Logo R7.com
Logo do PlayPlus
Publicidade

Acidente com Airbus: regra internacional proíbe piloto sozinho em cabine

Comissário deve ser chamado para ocupar lugar de tripulante durante ausência

Internacional|Fernando Mellis, do R7

Copiloto da Germanwings deixou o comandante do lado de fora e derrubou aeronave, segundo autoridades francesas
Copiloto da Germanwings deixou o comandante do lado de fora e derrubou aeronave, segundo autoridades francesas Copiloto da Germanwings deixou o comandante do lado de fora e derrubou aeronave, segundo autoridades francesas

Uma medida de segurança simples, adotada por algumas companhias aéreas em todo o mundo, poderia ter evitado que o copiloto do avião da Germanwings ficasse sozinho na cabine de comando do Airbus A320 que se acidentou nos Alpes franceses. Segundo as autoridades que investigam a tragédia, que deixou 150 mortos, o copiloto Andreas Lubitz, de 28 anos, travou a porta após o comandante sair e jogou a aeronave no chão.

Aqui no Brasil, o procedimento adotado pela TAM, por exemplo, prevê que um dos pilotos só pode deixar a cabine de comando quando um comissário de bordo permanecer no lugar dele durante a ausência. Outro tripulante também fica de prontidão na frente da aeronave, para impedir que qualquer passageiro tente se aproximar durante a entrada ou saída do piloto.

Porém, o procedimento não é uma exigência da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). A lei brasileira apenas determina em quais circunstâncias o piloto pode deixar a cabine de controle. Apenas em casos de descanso, a regulamentação prevê que haja substituição. A regra seguida pela TAM é a mesma de diversas companhias áreas membros da IATA (Associação Internacional de Transportes Aéreos).

O motivo mais comum pelo qual um piloto deixa o cockpit é por necessidades fisiológicas. Mas eles também podem ser chamados para checar eventuais problemas. No caso do voo da Germanwings — a duração era de menos de duas horas —, a principal hipótese é que o comandante tenha ido ao banheiro.

Publicidade

Depois de 11 de Setembro, foram 8 casos de suicídios de pilotos em voos nos Estados Unidos

O secretário-geral do SNA (Sindicato Nacional dos Aeronautas) e piloto, Rodrigo Spader, diz que as normas de segurança variam de acordo com as companhias aéreas.

Publicidade

— Em locais sem histórico de terrorismo, pode não ser necessário adotar regras rigorosas de acesso à cabine. Nesses casos, ter apenas um comissário na parte da frente da aeronave pode ser suficiente, já é uma segurança.

Nos Estados Unidos, onde os protocolos de segurança de voo são rigorosos, o procedimento é o mesmo: nenhum piloto fica sozinho no cockpit. A norma é tratada pelos tripulantes como “two person rule” (em português, regra das duas pessoas). Sempre que o avião esteja com os motores ligados, um comissário é chamado para permanecer lá até que a pessoa volte. Em viagens longas, um terceiro piloto — há casos em que quatro embarcam, dependendo da duração — sempre está presente para que possa haver um revezamento dos descansos.

Publicidade

Três acidentes aéreos nos últimos 18 anos foram provocados por pilotos suicidas

As gravações de áudio da caixa-preta do Airbus indicaram aos investigadores franceses que o comandante ficou trancado do lado de fora enquanto o avião descia rapidamente em direção a uma montanha. No áudio, é possível ouvi-lo batendo na porta. Segundo o procurador que apura o acidente, dificilmente Lubitz teve algum mal súbito, porque ele travou a porta blindada. Isso impede que qualquer outra pessoa que digite a senha de acesso ao cockpit consiga entrar.

Após a notícia de que o copiloto teria propositalmente derrubado o avião, diversas companhias aéreas da Europa já anunciaram que vão adotar o mesmo procedimento das empresas norte-americanas, de manter sempre duas pessoas no cockpit — inclusive a Lufthansa, dona da Germanwings. O Canadá também determinou essa regra.

Últimas

Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.