Pelo menos 4.707 pessoas morreram e 10.322 ficaram feridas por causa do conflito no leste da Ucrânia, segundo o último informe do Escritório das Nações Unidas para os Direitos Humanos e da OMS (Organização Mundial da Saúde).
Os dados contabilizam todas as vítimas desde meados de abril até 12 de dezembro. Desde o cessar-fogo decretado em 6 de setembro foram registradas 1.357 mortes.
Os números fazem parte do oitavo relatório feito pelo Escritório de Direitos Humanos sobre o conflito na Ucrânia. Segundo o informe, pelo menos cinco milhões de pessoas que vivem nas zonas em conflito têm dificuldades para poder sobreviver.
"O desaparecimento da lei e da ordem, assim como a violência e os enfrentamentos nas regiões do leste, exacerbadas por um fluxo de sofisticado armamento pesado e de combatentes estrangeiros, incluindo alguns da Rússia, têm um impacto direto em todos os direitos humanos fundamentais, incluindo segurança, liberdade e bem-estar", afirmou o relatório.
Nova trégua entra em vigor no leste da Ucrânia Mais de 1.200 militares morreram em conflito na UcrâniaO documento ressalta a piora das condições de vida dos habitantes do leste da Ucrânia, onde pelo menos cinco milhões de pessoas vivem com dificuldades. O relatório afirmou que os rebeldes pró-Rússia organizaram "eleições" (aspas do próprio relatório) em 2 de novembro nas áreas sob seu controle, e o governo ucraniano respondeu anulando todos os serviços fornecidos pelo Estado nas zonas em conflito.
"A situação das pessoas que dependem da proteção do Estado, ou dependem de seus serviços, e que não puderam ou não quiseram se mudar para áreas controladas pelo governo central, onde estes serviços são oferecidos, causa grande preocupação", disse o relatório. O texto lembrou que esta decisão piorou a situação de vulnerabilidade dos habitantes do leste, pois desapareceram serviços essenciais como saúde, educação e assistência social.
O relatório também se referiu ao Protocolo de Minsk de 5 de setembro, que deveria servir como base para uma resolução pacífica do conflito.
O texto ressaltou que o governo da Ucrânia realizou os principais passos legislativos estipulados pelo acordo, como estabelecer uma anistia e decretar uma lei sobre o status especial das regiões do leste, embora depois tenha se retratado. Enquanto isso, os grupos armados não implementaram nenhum dos pontos do Protocolo.
Os rebeldes pró-Rússia "não permitiram o controle da fronteira pela OSCE (Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa); não organizaram eleições locais se baseando na lei ucraniana; e não retiraram os grupos armados ilegais, equipamento militar e militantes e mercenários do território da Ucrânia".
O relatório denunciou ainda que os separatistas não libertaram 378 pessoas mantidas como reféns. Além disso, o texto acusou o governo de realizar prisões arbitrárias, desaparições forçadas e maus tratos contra pessoas suspeitas de separatismo.
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