Dono de arma que matou Nisman é indiciado
Diego Lagomarsino entregou arma ao promotor antes de sua morte
Internacional|Do R7
A Justiça argentina indiciou hoje, dia 26, Diego Lagomarsino, um colaborador de Alberto Nisman, por entregar ao promotor a arma da qual teria o partido o tiro que o matou - em circunstâncias que ainda estão sendo investigadas.
Uma semana antes de morrer, Nisman tinha acusado a presidente Cristina Kirchner e outros membros do governo de acobertarem iranianos que seriam os verdadeiros autores do atentado contra a sede da Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA), em 1994, o qual provocou a morte de 85 pessoas e deixou outras cerca de 300 feridas.
A promotora Viviana Fein, encarregada da investigação, disse, em comunicado, que Lagomarsino "pode pegar de um a seis anos de prisão por entregar uma arma de fogo" a alguém que não possuía licença para seu uso.
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Interrogado, Lagomarsino, que ajudava o promotor com problemas de informática e foi um dos poucos que o conheceram em seu apartamento, disse que, um dia antes de sua morte, o magistrado havia pedido a ele uma arma, alegando que a usaria para proteção.
A Justiça ainda não conseguiu esclarecer, no entanto, o motivo do empréstimo, já que o próprio Nisman tinha duas armas registradas em seu nome.
A investigação estabeleceu, de acordo com as câmeras de vigilância do prédio onde morava Nisman, que Lagomarsino realmente se encontrou com o procurador em seu apartamento por duas vezes na tarde de sábado. Pela primeira vez, requisitou a arma, na segunda, Lagomarsino voltou para entregá-la.
Um dos 10 guarda-costas encarregados de sua segurança disse ter sido abordado por Nisman para obter uma arma, o que ele planejava fazer na segunda-feira seguinte.
Histórico
O corpo de Nisman foi encontrado no banheiro de seu apartamento, no bairro de Puerto Madero, em Buenos Aires, com um tiro na cabeça. Ao lado do cadáver, havia uma pistola de calibre 22, que, no entanto, não lhe pertencia. As duas entradas do imóvel (principal e de serviço) estavam fechadas.
Análises preliminares indicavam o suicídio como a principal causa da morte. A Justiça argentina estava investigando se o procurador chegou a receber ameaças que poderiam ter levado-o à decisão de se matar. No entanto, uma perícia indicou que não havia vestígios de pólvora na mão de Nisman. As equipes também descobriram uma terceira porta na casa do procurador, que levaria para um apartamento habitado por um estrangeiro. Os policias estão analisando impressões digitais deixadas no vão da passagem.