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Membros do Conselho de Segurança culpam Rússia por tensão na Ucrânia

Se a crise persistir, sanções impostas ao governo de Putin serão maiores

Internacional|Do R7

Manifestantes pró-Ucrânia marcham pelas ruas de Kiev
Manifestantes pró-Ucrânia marcham pelas ruas de Kiev

Estados Unidos, França e Reino Unido culparam a Rússia pela deterioração da situação vivida nos últimos dias no leste da Ucrânia e advertiram que endurecerão as sanções impostas se a crise continuar se agravando.

Em um debate nesta terça-feira (29) no Conselho de Segurança da ONU, as potências ocidentais acusaram Moscou de descumprir o acordo que fechou no último dia 17 de abril, em Genebra, com Ucrânia, União Europeia (UE) e Estados Unidos.

"Esse foi um momento de esperança. Desde então o governo da Ucrânia implementou os compromissos de boa fé, infelizmente o mesmo não pode ser dito da Federação Russa", declarou a embaixadora americana, Samantha Power.

A representante dos Estados Unidos acusou a Rússia de ignorar o pactuado em Genebra e seguir apoiando as milícias pró-russas que tomaram edifícios públicos no leste do país e protagonizaram episódios violentos.


Power assegurou que o que ocorre na região não são manifestações pacíficas, mas "uma campanha bem organizada e com apoio exterior para desestabilizar a Ucrânia".

A Rússia, por sua vez, culpou o governo de Kiev pela situação e justificou os "protestos" em várias cidades do país com grande presença pró-russa.


"O regime de Kiev está empurrando o país rumo ao desastre", assegurou o embaixador russo, Vitaly Churkin, que acusou as autoridades ucranianas de violar o estipulado em Genebra e o Ocidente de lançar "insinuações graves contra a Rússia".

Churkin assegurou, além disso, que as sanções aprovadas pelos Estados Unidos e pela UE são "inúteis e contraproducentes" e pediu a ambos "responsabilidade" para não piorar a situação.


O encontro do Conselho de Segurança foi convocado hoje a pedido do Reino Unido, cujo embaixador, Mark Lyall Grant, acusou o governo de Vladimir Putin de dirigir as "ações paramilitares" registradas em várias cidades orientais e denunciou incursões no espaço aéreo ucraniano de caças e helicópteros russos.

"As ações russas são claras tentativas de aumentar a tensão na Ucrânia", manifestou o embaixador britânico, ao assegurar que o resultado dessa estratégia é uma "clara deterioração da situação de segurança no leste e sul da Ucrânia".

Seu colega francês, Gérard Araud, assegurou que a Rússia está seguindo a mesma estratégia que na Crimeia e quase não disfarça sua presença por trás das milícias rebeldes.

Araud expressou que, se a situação se agravar, a União Europeia e os Estados Unidos se verão obrigados a endurecer as sanções que aprovaram contra a Rússia, apesar de não ser a "via preferida".

Todas as potências ocidentais exigiram ainda a libertação imediata dos observadores militares europeus retidos por forças pró-russas desde a sexta-feira passada.

Churkin culpou o governo ucraniano pela situação por ter pedido a presença dos observadores no país e se perguntou se a decisão de enviá-los ao leste da Ucrânia era uma "provocação" ou uma "simples estupidez".

Segundo o embaixador russo, Moscou está fazendo todo o possível para conseguir a libertação desses observadores.

Em nome da ONU, o subsecretário político da organização, Jeffrey Feltman, lamentou que o espírito de compromisso de Genebra "tenha se evaporado" e lamentou a "retórica pouco útil" de muitos.

Feltman, que na próxima semana voltará à Ucrânia, assegurou que as Nações Unidas e seu secretário-geral, Ban Ki-moon, continuam comprometidos para tentar resolver a crise.

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