Cerca de 28 pessoas morreram e mais de 80 ficaram feridas em confrontos durante protestos no Egito neste domingo (6), de acordo com informações de fontes de segurança e da TV estatal do país.
Os confrontos começaram depois que apoiadores e opositores do presidente deposto do Egito, Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, tomaram as ruas.
Os mortos sofreram, em sua maioria, ferimentos a bala, afirmaram fontes de segurança.Os seguidores da Irmandade Muçulmana se manifestaram no Cairo e em outras cidades pedindo a queda do chefe do Exército que derrubou Mursi.
Numa cidade a 300 quilômetros ao sul da capital, um membro da Irmandade morreu e ao menos dois outros resultaram feridos, disseram fontes médicas e de segurança.
Autoridades egípcias alertaram no sábado que qualquer um que protestasse contra as Forças Armadas poderia ser visto como um agente de forças estrangeiras.
A Irmandade vinha fazendo protestos seguidas vezes contra as Forças Armadas, depois da derrubada do poder do presidente Mohamed Mursi em julho.
Neste domingo, a tevê estatal mostrou imagens ao vivo de multidões na praça Tahrir e da cidade de Alexandria carregando fotos do chefe militar, general Abdel Fatah el-Sisi, e bandeiras do país.
Segundo testemunhas, forças de segurança dispersaram manifestantes pró-Irmandade em Alexandria com gás lacrimogênio.
Islam Tawfik, um membro da Irmandade e jornalista, disse mais cedo que apoiadores do grupo, que tem diversos integrantes presos desde a derrubada de Mursi, estavam determinados a chegar à praça Tahrir.
— Os nossos que estão nas ruas hoje querem celebrar o Exército que costumava apontar as armas contra o inimigo e não seu povo.
Partidários das Forças Armadas reuniram-se na praça Tahrir para celebrar o aniversário de um ataque a forças israelenses em 1973. Tawfik complementou:
— Nós queremos entrar na Tahrir e Rabaa (local de protestos e acampamento da Irmandade Muçulmana) porque não estão reservadas àqueles que apoiam o golpe.
A Irmandade acusa os militares de liderarem um golpe e sabotarem a democracia egípcia com a remoção de Mursi, o primeiro presidente eleito livremente no país, preso após ser derrubado da Presidência.
No dia 14 de agosto, autoridades egípcias atacaram dois acampamentos pró-Mursi no Cairo, deixando centenas de mortos, para depois declarar Estado de emergência e impor um toque de recolher.
Autoridades egípcias reforçaram a segurança no país após confrontos terem deixado ao menos quatro mortos na sexta-feira, quando partidários de Mursi realizavam as demonstrações mais intensas desde que seus acampamentos foram arrasados.