Obra onde desabou viaduto apresentou risco de queda há cinco meses
Viaduto a 1km de distância na mesma avenida foi interditado após deslizamento de 30 cm
Minas Gerais|Do R7
O viaduto em construção que desabou nesta quinta-feira (3), matando duas pessoas e ferindo outras 20 na avenida Pedro I, na Pampulha, em Belo Horizonte, faz parte do complexo de obras para a Copa que já apresentou riscos de queda em fevereiro deste ano. Na ocasião, a Prefeitura de BH negou qualquer chance de acidentes.
O viaduto que apresentou problemas fica a 1 km da estrutura que desabou. Na época, a Sudecap (Secretaria de Desenvolvimento da Capital) emitou nota em que afirmava que houve deslizamento de 30 cm na estrutura, que não corria riscos de desabamento.
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As obras de todo o complexo na Pedro I, orçadas em R$ 460 milhões, são realizadas pela construtora Cowan, que já trabalhava no acabamento do viaduto sobre a avenida Olimpio Mourão Filho. As atividades estavam em fase final, com a retirada de escoras temporárias que sustentavam o viaduto. As pistas devem ligar as avenidas Olimpio Mourão e Álvaro Camargo. O local fica a 5 km do Mineirão e, além de ser usado por torcedores da região para chegar ao estádio, foi o trajeto utilizado pela seleção argentina para o jogo contra o Irã, no último dia 21.
De acordo com a matriz de responsabilidades do Governo Federal para obras relacionadas ao Mundial, a Meta 2, que inclui o alargamento da avenida Pedro I e a construção de viadutos, deveria ter ficado pronta em setembro de 2012, foi reprogramado para abril de 2014 e seria entregue, provavelmente, em agosto - somente depois da Copa.
O prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), decretou luto oficial de três dias. Ele afirmou que um erro provocou a tragédia, mas que ainda é cedo para apontar responsabilidades. Lacerda ainda afirmou que "acidentes acontecem" e que "é normal" a liberação de pistas debaixo de viadutos ainda incompletos.
Em nota, a Cowan "lamentou" o desastre, afirmou que enviou "equipe técnica para iniciar as investigações" e que "a prioridade é o apoio às vítimas e aos familiares". Além do complexo viário, a Cowan venceu licitações também na Linha Verde, duplicações da BR-040, nas pistas que levam ao aeroporto de Confins e do metrô do Rio de Janeiro. Nenhum responsável técnico da empresa se pronunciou sobre o assunto.
Veja o momento da queda do viaduto:
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