Pais da criança chegam ao hospital minutos após o filho ser socorrido
Record MinasOs pais do garoto Theo Franco Vasconcelos, que morreu afogado na piscina de um condomínio em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, serão indiciados por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Segundo o delegado responsável pelo caso, Otávio Luiz de Carvalho, o inquérito foi encerrado e encaminhado à Justiça na quinta-feira (3). O fato ocorreu no dia 1º de junho.
O menino de três anos e dez meses caiu na piscina enquanto brincava com outro colega na área de lazer do condomínio, que fica no bairro Cabral. Ele foi achado por vizinhos e socorrido pelo Corpo de Bombeiros. A criança chegou a ser reanimada pelos militares e encaminhada para o hospital, mas morreu no dia seguinte. O delegado explica que as apurações indicaram que Theo ficou brincando sozinho, sem vigilância dos responsáveis, por muito tempo. A omissão dos pais acabou provocando o acidente, que terminou com a morte dele.
— Uma criança de três anos tem que ter fiscalização direta e contínua. Ele ficou às margens da piscina brincando sozinho. Isso configura omissão e, por isso, eles foram indiciados pelo homicídio culposo, devido à negligência que propiciou a morte.
Ainda conforme Otávio, embora os pais sejam considerados responsáveis pelo acidente para a polícia, eles podem receber "perdão judicial".
— É possível que os pais recebem o perdão, ou seja, serão condenados, mas isentos de pena, uma vez que a dor do fato foi tão grande que eles já foram punidos.
O policial explicou que, em depoimento, os pais alegaram que era comum as crianças brincarem desacompanhadas na área do condomínio. Os familiares ainda afirmaram que achavam que o filho estava na casa de um colega. No entanto, outros fatores motivaram o indiciamento, como o fato de a porta da casa da família estar trancada no momento em que os vizinhos foram avisar sobre o ocorrido. As câmeras de segurança ainda flagraram o afogamento do menino, que ainda se debateu por cerca de nove minutos. A criança que brincava com ele, de apenas quatro anos, ainda tentou retirar o amigo da piscina.
— Eles estavam brincando de jogar pedrinhas e folhinhas na piscina. Ele foi tentar pegar uma lá dentro e caiu. As imagens mostram ainda que a outra criança ficou tentando pegar ele, mas era possível até que se conseguisse agarrar as mãos ou pernas do Theo, ainda se afogasse também.