Brasil tem 1º caso de transmissão da febre chikungunya
Moradores de Amapá, pai e filha não viajaram para fora do País
Saúde|Do R7
O Ministério da Saúde confirmou na tarde desta terça-feira (16) os primeiros casos de transmissão da febre chikungunya no Brasil em toda a história. Trata-se de um pai e uma filha, moradores de Oiapoque, no Amapá e com idade de 53 e 31 anos, respectivamente. Nenhum deles viajou para fora do Brasil, algo que dá certeza que a transmissão ocorreu no território nacional.
Uma das maiores preocupações é a de que o vírus pode ser transmitido por dois mosquitos conhecidos de brasileiros: o Aedes aegypti e o Aedes albopictus, ambos transmissores da dengue.
O ciclo de transmissão da doença é mais rápido do que o da dengue. Bastam sete dias para que o mosquito contaminado possa transmitir a doença para a população.
Transmitido pela picada de mosquito infectado com o vírus CHIKV, o chikungunya provoca febre alta, dores de cabeça, erupção de pele, conjuntivite e dor nas articulações. Esta última, pode durar meses. O tratamento é feito com medicamentos para combater os sintomas da doença. Alguns pacientes precisam fazer fisioterapia para reduzir as dores nas articulações.
Chikungunya começou a se espalhar pelo mundo em 2013, quando a doença passou a afetar a região do Caribe. Desde então, foram encontrados casos em Venezuela e Guiania, Panamá, Porto Rico, Suriname. Cerca de 650 mil casos foram suspeitos, com 9 mil confirmados em laboratório. No Brasil, três casos importados haviam sido confirmados em 2010. O número saltou para 37 casos importados.
Os dois casos brasileiros foram confirmados semana passada. Os pacientes passam bem. De acordo com o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, a maior preocupação para Chikungunya é de janeiro a maio. Ele não quis fazer previsões sobre a dimensão de uma eventual epidemia.
Ministério da Saúde simula caso de ebola em aeroporto de São Paulo
Caribe já registra 113 mortes relacionadas ao vírus chikungunya, diz OPS
Barbosa lembrou que a transmissão é rápida - a exemplo do que ocorre com a dengue. Mas ele observa que toda a população brasileira é suscetível. Barbosa afirmou que neste ano, o LIRAa, levantamento de infestação rápido de mosquitos será feito não apenas do Aedes aegypti, mas também do Aedes albopictus.
"Estamos nos preparando para o pior cenário. Se houver mosquito, pode haver transmissão. Não vale a pena apostar contra o chikungunya. É importante que todo município redobre os esforços de prevenção", disse Jarbas Barbosa.
O secretário afirmou que a campanha deste ano vai alertar sobre os riscos de chikungunya.