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Depressão em adolescentes pode levar à automutilação

Especialistas alertam para a necessidade de mais diálogo entre pais e filhos

Saúde|Fabiana Grillo, do R7

A automutilação é um distúrbio de comportamento que pode ter várias causas, entre elas, a depressão
A automutilação é um distúrbio de comportamento que pode ter várias causas, entre elas, a depressão Mikael Damkier/Getty Images/iStockphoto

É chocante ler em chats histórias de adolescentes que cortam braços e pernas sem motivo aparente e estampam cicatrizes e marcas de queimaduras na pele. Tamanha agressividade contra si mesmo é chamada de automutilação, conforme explica a psiquiatra Dra. Regina Alvares Biscaro, professora de psicoterapia da disciplina de Psiquiatria da Faculdade de Medicina do ABC.

— A automutilação é um distúrbio de comportamento que pode ter várias causas, entre elas, transtornos obsessivos, quadros depressivos ou o que chamamos de Transtorno de Personalidade Borderline, caracterizado pela impulsividade.

Depressão e automutilação em jovens: conte sua história para o R7

A especialista acrescenta que este comportamento agressivo também pode ser resultado do uso de drogas e álcool ou ainda uma tentativa de chamar a atenção dos pais. Para a psiquiatra Dra. Jackeline Giusti, do Ambulatório Geral da Infância e Juventude do Hospital das Clínicas de São Paulo, a automutilação atua como uma medicação para aliviar o estado emocional do adolescente.


— A automutilação é usada para aliviar sensações de angústia, tristeza e culpa, que também são sintomas da depressão.

Embora raro, o problema existe e precisa ser tratado adequadamente. De acordo com a psiquiatra do HC, alguns sinais podem indicar a necessidade de ajuda médica.


— Geralmente, os pais notam mudanças de comportamento, desinteresse por atividades que antes o filho gostava, queda de rendimento escolar, isolamento, uso de roupas de manga longa em dias quentes e cortes frequentes nos braços e pernas.

A médica da Faculdade de Medicina do ABC explica que o tratamento consiste em psicoterapia e, em alguns casos, medicação. Apesar de ser um pouco longo, ela garante que é possível superá-lo sem grandes prejuízos.

—É muito importante os pais manter-se próximos dos filhos, conhecer seus gostos pessoais e saber quem são seus amigos. Além disso, os adultos precisam dialogar mais com os adolescentes, impor limites e participar do seu dia a dia.

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