Ministro acha prudente restrição de turismo de grávidas onde tem vírus zika
Castro disse que no momento o foco das autoridades é o vírus, por causa da microcefalia
Saúde|Agência Brasil
O ministro da Saúde, Marcelo Castro, considerou que a recomendação do CDC (Centro para Controle e Prevenção de Doenças), dos Estados Unidos, para que mulheres americanas grávidas avaliem a ida para países onde há circulação do vírus zika, entre eles o Brasil, não se trata de uma determinação para que não viagem para esses locais. Na avaliação dele, é uma recomendação para tomar os devidos cuidados, da mesma forma que o ministério vem fazendo no País, em apresentação do kit NAT Discriminatório para dengue, zika e chikungunya, neste sábado (16), na sede da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro.
— Acho uma decisão prudente [do CDC dos Estados Unidos]. Aqui no Brasil as pessoas estão se precavendo e nós estamos recomendando todos os cuidados que o CDC está recomendando.
Castro esclareceu que não recomendaria a um estrangeiro evitar uma viagem ao Brasil, para não correr risco de contrair a doença, e destacou que de maneira nenhuma é o caso de deixar de vir ao País.
— A estrangeira que vier ao Brasil para engravidar, ou já vier grávida, é a mesma situação de qualquer brasileira. [Deve] tomar todas as providências necessárias para não ter contato com o mosquito Aedes aegypti [transmissor da zika, dengue e chikungunya].
Castro destacou que a vontade de engravidar tem que ter uma decisão responsável e discutida entre a família, e no momento em que o Brasil passa por uma epidemia de microcefalia causada pelo vírus, que chegou ao País em maio de 2015, os cuidados de todas as gestantes terão que ser reforçados.
— A gestante deve fazer todas as ações necessárias para que não seja picada pelo mosquito durante a sua gestação.
Entre as recomendações estão vestir calças, roupas de mangas compridas e usar meias e sapatos.
— Ou seja, cobrir o máximo as partes do corpo, usando repelente e tomando providências para que não entre em contato com o vírus.
O ministro lembrou que as crianças que nascem com a doença farão parte de uma geração de pessoas que sempre precisarão de cuidados especiais.
— São pessoas que vão sempre precisar de auxílio, de apoio, de outras pessoas, familiares, de fisioterapeutas, de médicos. Então, é realmente uma situação gravíssima, e temos que fazer todo o esforço para evitar o máximo que isso aconteça. A nossa expectativa é de que venceremos a batalha final quanto tivermos uma vacina eficaz.
Apesar de reconhecer que existe também no País uma epidemia de chikungunya, ele ressalvou que no momento o grande foco das autoridades de saúde é a zika, por causa da microcefalia.
— Estamos preocupados com a dengue? Estamos. Estamos preocupados com a chikungunya? Estamos. Estamos preocupados com a zika? Preocupadíssimos, porque a gravidade é muito maior, mas tanto faz uma como a outra, a maneira de combatê-las é uma só: evitar que o mosquito venha a nascer."
Castro disse que tem costume de fazer caminhadas pela manhã, em Brasília, e durante o percurso sempre observa se há possibilidade de locais de reprodução do Aedes aegypti. “Eu já estou neurótico. Ando com um radar ligado. Vou vendo o tempo todo, se tiver um copo, uma garrafa, qualquer coisa solta na rua já vou pegando para botar na lixeira. Todos nós temos que ter este sentimento, porque se o mosquito vier a ser criado e sair voando é um terror.
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