O Ministério Público Estadual abriu, na quarta-feira (23), um inquérito civil para apurar o fechamento do pronto-socorro da Santa Casa de Misericórdia. O hospital interrompeu suas atividades na terça-feira (22), por falta de recursos. O provedor da Santa Casa, Kalil Rocha Abdalla, foi convocado para comparecer ao órgão.
As promotoras substitutas Paula de Figueiredo Silva e Paula Villanacci Alves Camasmie argumentam que é imperioso instaurar o inquérito para apurar a situação da Santa Casa uma vez que o Ministério da Saúde, a Secretaria de Estado e a Secretaria Municipal de Saúde informaram que os repasses para manter o pronto-socorro estão sendo feitos corretamente e informaram até pagamentos extras.
A reunião com Abdalla foi solicitada "com absoluta urgência" e a única pauta é tratar do fechamento do pronto-socorro. Abdalla disse na porta do MPE (Ministério Público Estadual) que vai aceitar os R$ 3 milhões oferecidos pelo governo do Estado para a reabertura do pronto-socorro.
— Vou reabrir com a condição de que ele (secretário de Estado da Saúde) me dê mais (dinheiro). Vou me reunir com ele, dizer que aceito (os R$ 3 milhões) para não criar problemas. Mas, se vai durar um, dois ou três dias, não sei. Esse dinheiro vou entregar direto para um dos fornecedores.
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Verbas
A Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo anunciou na manhã de quarta-feira (23), um repasse emergencial de R$ 3 milhões para que a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo reabrisse imediatamente o seu pronto-socorro, fechado na noite de terça-feira.
A entidade acumula uma dívida de R$ 50 milhões com fornecedores, que deixaram de entregar os insumos por falta de pagamento.