OMS quer limitar a obesidade no mundo
Autoridades estudam cobrar impostos sobre os alimentos e bebidas prejudiciais à saúde
Saúde|Do R7
A OMS (Organização Mundial da Saúde) procura limitar a obesidade no mundo, ao estimular as autoridades nacionais a estudar possíveis impostos sobre os alimentos e bebidas prejudiciais à saúde.
As grandes empresas multinacionais de alimentos e bebidas apoiaram várias medidas do plano da OMS, mas consideraram que impor novos impostos pode ter consequências contrárias às desejadas.
"O custo da inação supera amplamente o custo de atuar", afirma a OMS em seu novo plano de luta contra a obesidade e outras causas de doenças não contagiosas.
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Os países membros da organização de saúde da ONU, reunidos em Genebra desde 20 de maio, decidiram na noite de segunda-feira (27) adotar o plano de ação contra doenças como como as afecções cardiovasculares, câncer ou diabetes crônica.
O plano procura modificar modos de vida considerados prejudiciais, que incluem fumar, consumir bebidas alcoólicas ou comer alimentos que podem prejudicar a saúde e propiciar enfermidades não contagiosas, com o objetivo, entre outras coisas, de conter o aumento da obesidade no mundo até 2020.
"A luta contra a obesidade é uma prioridade. É um dos principais fatores da luta contra as doenças não contagiosas", declarou Francesco Branca, diretor do departamento da OMS responsável pela nutrição para a saúde e o desenvolvimento.
Segundo um estudo publicado há dois anos que examinou a evolução do sobrepeso entre 1980 e 2008 nas pessoas com mais de 20 anos, em 2008 mais de 10% dos adultos no mundo eram obesos.
Nos países ricos, os Estados Unidos eram o mais afetado pela obesidade, seguido por Nova Zelândia, enquanto a população do Japão registrava o menor índice de sobrepeso.
Na América Latina, os mais afetados eram México, Argentina, Cuba e Brasil.
O plano da OMS, que inclui várias medidas, destaca a necessidade das empresas de alimentos e bebidas de reduzir os níveis de sal e açúcar adicionados aos produtos, assim como de substituir as gorduras saturadas por gorduras insaturadas, além da redução das porções.
Também pede às autoridades nacionais um controle maior da publicidade de comidas e bebidas prejudiciais à saúde dirigida às crianças, com o objetivo de reduzir a obesidade dos menores.
A Aliança Internacional de Alimentos e Bebidas (IFBA), integrada por grandes empresas do setor, como Coca-Cola, Kellog's, McDonalds, Nestlé, Pepsico ou Unilever, afirma apoiar o plano da OMS, mas não concorda com a ideia de novos impostos.
O grupo adverte que isto poderia estimular as pessoas mais pobres a comprar produtos mais calóricos e menos nutritivos.
"As medidas fiscais que procuram especificamente mudar o comportamento são difíceis de elaborar e de aplicar", declarou Jane Reid, da IFBA, à AFP em um e-mail.
Impostos deste tipo "teriam efeitos mais duros para as famílias de baixa renda", que poderiam compensá-los "comprando alimentos mais energéticos e menos nutritivos", afirmou a IFBA.