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R7 Brasília

80 procuradores da República pedem que Bolsonaro seja investigado por incitação ao crime

Na representação criminal, os membros do MPF afirmam que o ex-presidente espalhou informações falsas sobre o sistema eleitoral

Brasília|Renato Souza, do R7, em Brasília

Ex-presidente Jair Bolsonaro durante evento no Palácio do Planalto
Ex-presidente Jair Bolsonaro durante evento no Palácio do Planalto

Um documento assinado por 80 procuradores da República pede à Procuradoria-Geral da República que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seja investigado por incitação ao crime em relação aos atos de vandalismo realizados em Brasília no domingo (8). A representação criminal afirma que publicações de Bolsonaro em redes sociais podem ter incentivado os ataques.

Os autores do documento destacam que, após as eleições deste ano, diversas rodovias foram fechadas no Brasil e que o ápice dos atos ocorreu com a invasão das sedes dos Três Poderes. A motivação seria o resultado do pleito, vencido por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Os procuradores sustentam que o ex-presidente espalhou informações falsas sobre o sistema eleitoral. "Esse breve relato demonstra que, ao longo dos últimos anos, Jair Messias Bolsonaro se comportou de forma convergente com amplas campanhas de desinformação envolvendo o funcionamento das instituições brasileiras e as eleições do país", destaca o texto.

"Ocupando o mais alto cargo do país, em numerosas oportunidades ele lançou, sem qualquer respaldo na realidade, dúvida sobre a higidez dos pleitos que, aliás, o elegeram ao longo de décadas. Suas falas, portanto, mostraram-se ocupar uma posição de destaque na câmara de eco desinformativo do país, e contribuíram para que a confiança de boa parte da população na integridade cívica brasileira fosse minada”, diz o documento.

A solicitação de investigação foi encaminhada ao procurador-geral da República, Augusto Aras, que decide se dará ou não prosseguimento à representação criminal. Jair Bolsonaro está em Orlando, nos Estados Unidos. Ele viajou para o país pouco antes de deixar o cargo, mas diz que pretende voltar até o fim deste mês.

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