O ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o tenente-coronel preso pela PF no caso do cartão de vacina, Mauro Cid, foram convocados a depor na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do 8 de Janeiro. Os requerimentos de convocação foram aprovados nesta terça-feira (13). Com isso, eles são obrigados a comparecer ao colegiado. A tendência é de que os depoimentos sejam marcados para a próxima terça-feira (20). (Veja ao final da reportagem a lista de todos os convocados) Também foram convocados os investigados por financiar os atos de 8 de janeiro e os mentores intelectuais do vandalismo, além de Jorge Eduardo Naime, que é ex-chefe do Departamento Operacional da Polícia Militar do Distrito Federal, na condição de testemunha.• Compartilhe esta notícia no WhatsApp• Compartilhe esta notícia no Telegram Havia pedido de convocação do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Gonçalves Dias; no entanto, a maioria dos parlamentares rejeitou o requerimento. Também foi negado o pedido de convocação de Saulo Moura da Cunha, que é ex-diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Os parlamentares aprovaram pedidos de compartilhamento de imagens e registros do GSI, do Senado, da Câmara e do Supremo Tribunal Federal relativos aos atos de vandalismo. Também aprovaram um pedido de informações expedido pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sobre a possibilidade de manifestações violentas em 8 de janeiro. Apesar de terem protocolado mais de um pedido de convocação e convites, ficaram fora do primeiro bloco de intimações nomes como o do ministro da Justiça, Flávio Dino, e o do repórter fotográfico Adriano Machado, que aparece nas imagens de uma câmera de segurança registrando a depredação do Palácio do Planalto. A reunião foi marcada por divergências entre parlamentares da base do governo e da oposição. A principal discussão girou em torno de dois pedidos de informações relacionadas a Jair Bolsonaro, para o compartilhamento dos dados extraídos do celular do ex-presidente pela Polícia Federal, na Operação Venire, que investiga fraudes nos cartões de vacinação de Bolsonaro, de familiares e de assessores. Segundo o deputado Filipe Barros (PL-PR), o tema do requerimento não estava alinhado ao objetivo da investigação da comissão. "Não tem pertinência temática com a investigação", afirmou. A oposição tenta afastar a responsabilidade de Jair Bolsonaro e atribuir a culpa dos atos de vandalismo à possível prevaricação do governo Lula.Leia mais: CPMI do 8 de Janeiro quer acesso à investigação da Câmara Legislativa do Distrito Federal Já os governistas defenderam o compartilhamento de informações, sob a alegação de que a investigação dos atos antidemocráticos deve retroceder a eventos anteriores ao que aconteceu na praça dos Três Poderes em 8 de janeiro. "Os atos antidemocráticos têm uma lógica, buscou-se GLO [Garantia da Lei e da Ordem], teve pedido de golpe e teve planejamento de explosão de bomba, então foi um processo", afirmou a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ). Aliados do governo querem provar o vínculo do ex-presidente Jair Bolsonaro com os atos de vandalismo, priorizando a convocação de financiadores dos atos extremistas e de pessoas ligadas diretamente ao ex-chefe do Executivo. Os pedidos de quebra de sigilo de documentos, de contas bancárias e de ligações telefônicas dos investigados foram retirados da pauta desta terça. Ainda hoje, o deputado Arthur Maia, presidente da CPMI, deve se encontrar com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para tratar do compartilhamento de documentos sigilosos relacionados aos atos extremistas. A ideia é acordar a liberação de informações antes de votar pedidos, a fim de evitar conflitos com o Judiciário.• Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF;• Mauro Cesar Barbosa Cid, tenente-coronel do Exército investigado pela Polícia Federal por supostamente fraudar dados de vacinação contra a Covid-19;• Jorge Eduardo Naime Barreto, coronel ex-comandante responsável pelo Departamento Operacional da PMDF;• Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal;• Edilson Antonio Piaia, produtor rural investigado por uso de caminhões para bloqueio de rodovias;• Diomar Pedrassani, empresário suspeito de financiar atos extremistas;• Augusto Heleno Ribeiro Pereira, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil e ex-ministro-Chefe de Segurança Institucional;• Antônio Elcio Franco Filho, ex-número 2 da Saúde, investigado pela PF por tramar suposto plano de golpe de Estado;• Argino Bedin, empresário suspeito de financiar os atos de vandalismo;• Albert Alisson Gomes Mascarenhas, empresário que participou da depredação nas sedes dos Três Poderes;• Ailton Barros, militar da reserva que foi preso na operação da PF sobre fraudes em cartões de vacinação;• Marília Ferreira de Alencar, ex-subsecretária de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal;• Leandro Pedrassani, empresário suspeito de financiar os atos de vandalismo;• Joveci Xavier de Andrade, empresário suspeito de financiar os atos de vandalismo;• José Carlos Pedrassani, empresário suspeito de financiar os atos de vandalismo;• Jorge Teixeira de Lima, Delegado da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF);• Jeferson Henrique Ribeiro Silveira, motorista acusado de participar da tentativa de atentado a bomba no Aeroporto de Brasília;• Gustavo Henrique Dutra de Menezes, ex-chefe do Comando Militar do Planalto (CMP);• George Washington de Oliveira Sousa, condenado por tentar explodir uma bomba nas proximidades do Aeroporto Presidente Juscelino Kubitschek, em Brasília, em 24 de dezembro de 2022;• Fernando de Souza Oliveira, ex-Secretário Executivo da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal; • Fábio Augusto Vieira, ex-Comandante da Polícia Militar do Distrito Federal;• Robson Cândido, delegado-Geral da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF);• Roberta Bedin, empresária suspeita de financiar atos de vandalismo;• Marcelo Fernandes, delegado da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF);• Márcio Nunes de Oliveira, ex-Delegado-Geral da Polícia Federal;• Milton Rodrigues Neves, delegado da Polícia Federal;• Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra, coronel da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e ex-chefe interino do Departamento de Operações (DOP) ;• Leonardo de Castro, diretor de Combate à Corrupção e Crime Organizado da Polícia Civil do Distrito Federal;• Júlio Danilo Souza Ferreira, ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal;• Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa do governo Bolsonaro• Alan Diego dos Santos, condenado por tentar explodir uma bomba nas proximidades do Aeroporto Presidente Juscelino Kubitschek, em Brasília, em 24 de dezembro de 2022;• Ainesten Espírito Santo Mascarenhas, empresário investigado por participar da depredação nas sedes dos Três Poderes;• Adauto Lucio de Mesquita, empresário mencionado em relatório da PCDF suspeito de coordenar o financiamento do acampamento no QG do Exército;• Valdir Pires Dantas Filho, perito da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF)• Wellington Macedo de Souza, blogueiro envolvido no episódio da tentativa de ataque a bomba no Aeroporto de Brasília.