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PF conclui que joias sauditas dadas a Bolsonaro antes avaliadas em R$ 16,5 milhões valem R$ 5,1 milhões

Perícia levou em consideração o valor de mercado do ouro e as mais de 2.200 pedras preciosas das joias; inquérito está sob sigilo

Brasília|Natália Martins e Renata Varandas, da Record TV, e Hellen Leite, do R7, em Brasília

Inquérito sobre joias sauditas corre em sigilo na PF
Inquérito sobre joias sauditas corre em sigilo na PF

A Polícia Federal considerou que um dos conjuntos de joias de origem saudita que o governo Bolsonaro tentou trazer ilegalmente ao Brasil vale R$ 5,1 milhões, ao contrário da avaliação inicial da Receita Federal — R$ 16,5 milhões. A Record TV verificou que a perícia da PF levou em consideração o valor de mercado do ouro e as mais de 2.200 pedras preciosas das joias, sem ponderar a marca dos objetos. A perícia da PF é sigilosa e foi anexada ao inquérito do caso.

O conjunto, da marca Chopard, encontrava-se dentro de uma caixa de couro, revestida de veludo, e compunha-se de um colar de ouro branco com dezenas de pingentes, todos adornados com diamantes. A corporação chegou a enviar investigadores à Suíça para atestar o real valor das joias.

As peças de luxo tinham sido dadas de presente pelo governo da Arábia Saudita à então primeira-dama Michelle Bolsonaro. No entanto, um assessor do ex-ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia) tentou entrar com os itens no Brasil pelo aeroporto de Guarulhos, sem declará-los à Receita Federal, uma ação considerada ilegal.

Outras joias

Após a divulgação do caso, também foi revelado que o ex-presidente ficou com outro kit de joias dado pela Arábia Saudita. Avaliado em cerca de R$ 500 mil, o conjunto, composto de relógio Rolex, caneta, anel, abotoaduras e masbaha (um tipo de rosário), foi dado a Bolsonaro em 2021. O valor estimado do relógio é de R$ 364 mil. A defesa de Bolsonaro entregou os objetos, em março, à Caixa Econômica Federal.


O ex-presidente voltou com o conjunto de joias para o Brasil e deu ordens para que os itens fossem levados a seu acervo privado. Um formulário de encaminhamento de presentes para o presidente foi preenchido, com a especificação de cada item do conjunto de joias.

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A guarda dessas joias permaneceria no acervo privado de Bolsonaro por mais de um ano e meio, até que, já no ano passado, o então presidente deu novas ordens, em 6 de junho de 2022, para ficar com as peças. Dois dias depois, conforme os registros oficiais, as joias já se encontravam "sob a guarda do presidente da República".

Em abril deste ano, Bolsonaro compareceu à sede da Polícia Federal em Brasília para prestar esclarecimentos sobre os presentes da Arábia Saudita. Na ocasião, o ex-presidente negou irregularidades e disse que soube das joias um ano depois da apreensão.

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