Ao vivo: STJ começa a julgar recurso de Adriana Villela, do Caso da 113 Sul
Defesa apela pela anulação do júri que levou à condenação e novo julgamento
Brasília|Giovanna Inoue, do R7, em Brasília

A Sexta Turma do STJ (Superior Tribunal de Justiça) julga nesta terça-feira (11) o recurso de Adriana Villela, apontada como responsável pelo Crime da 113 Sul. Ela foi condenada a 67 anos e seis meses de prisão em 2019 e teve a pena reduzida para 61 anos em 2022, mas recorreu da decisão. Acompanhe acima:
A defesa de Adriana apela pela anulação do júri que levou à condenação, com a determinação de um novo julgamento. O principal argumento para o pedido é a alegação de que os advogados só tiveram acesso à parte dos vídeos dos depoimentos dos outros réus durante o julgamento, o que teria configurado cerceamento de defesa. Adriana nega envolvimento com o crime.
Relembre o crime
O assassinato do ministro aposentado do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) José Guilherme Villela, a esposa dele, Maria Villela, e a empregada doméstica Francisca Nascimento completou 15 anos em agosto de 2024. Em 31 de agosto de 2009, as vítimas foram encontradas mortas em um apartamento do bloco C da quadra 113 Sul. Os corpos tinham recebido, ao todo, 78 facadas.
A investigação foi cercada por interesse midiático e controvérsias. A delegada do caso, Martha Vargas, ouviu uma “vidente” como parte do inquérito, plantou e alterou provas, inseriu informações e declarações falsas que geraram relatório distorcido e incriminou inocentes. Em agosto de 2016, ela foi condenada a mais de 16 anos de prisão por falsidade ideológica, fraude processual, violação de sigilo funcional e tortura.
Na mesma época, o agente da Polícia Civil José Augusto Alves, que também participou das investigações do caso, foi condenado a três anos, um mês e dez dias de reclusão pela prática do crime de tortura.
Após a troca no comando das investigações e depois de mais de um ano de apuração, foram presos por confessar o triplo assassinato:
- Leonardo Campos Alves, ex-porteiro do prédio onde o casal morava;
- Paulo Cardoso Santana, sobrinho de Leonardo; e
- Francisco Mairlon Barros Aguiar.
Em 2012, os assassinos confessos do casal e da empregada doméstica foram condenados a 55 anos de prisão pelo júri popular.
Dez anos depois do crime, a filha do casal, Adriana Villela, foi condenada por ser a mandante. O julgamento dela foi o mais longo da história do Distrito Federal. Ele começou em 23 de agosto de 2019 e durou dez dias, com um total de 103 horas.