Depois de duas reuniões deliberativas que não tiveram quórum mínimo, a quarta reunião da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da CLDF (Câmara Legislativa do Distrito Federal) que investiga a contaminação do Rio Melchior acontece nesta quinta-feira (8).A presidente da comissão, deputada distrital Paula Belmonte (Cidadania), afirma que os trabalhos devem ser retomados integralmente. “A partir desse momento, vamos conseguir trabalhar com a CPI em pleno vapor”, diz. Dos cinco membros da CPI, apenas a presidente e o deputado Gabriel Magno (PT) compareceram às últimas reuniões. Os deputados Rogério Morro da Cruz (PRD) e Daniel Donizet (MDB) estavam de atestado médico, e os suplentes não compareceram. A pauta da reunião desta quinta possui 50 requerimentos a serem deliberados, incluindo pedidos de audiências com estudiosos responsáveis por entidades de proteção animal e da empresa Termo Norte, responsável pela construção de uma usina termoelétrica nas proximidades do rio. Segundo a presidente, a prioridade da CPI, além de apresentar informações sobre as questões, é que os deputados façam uma visita ao local para entender a situação e convoquem técnicos para discussão. Durante a primeira reunião da CPI, cinco requerimentos de convocações foram aprovados para ouvir membros do Ibram (Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Distrito Federal), da Adasa (Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do DF), e da Secretaria de Meio Ambiente do DF.Nesta semana, um acordo foi feito entre a presidência da comissão, o presidente da CLDF, Wellington Luiz (MDB), e a liderança do MDB para uma mudança na relatoria da CPI, que saiu do deputado Daniel Donizet para o deputado Iolando (MDB).Outra mudança foi a saída de Hermeto (MDB) como suplente. No lugar dele, assume Jaqueline Silva (MDB). A partir dessa mudança, a expectativa é que os trabalhos da CPI comecem com mais empenho. A deputada Paula Belmonte afirma que caso a ausência de parlamentares continue atrapalhando a comissão, será apresentado um pedido de substituição dos membros do colegiado.O objetivo da CPI é apurar a origem da contaminação do Rio Melchior, uma possível omissão dos órgãos de fiscalização e os impactos da poluição à saúde dos moradores das regiões administrativas de Samambaia, Ceilândia e Sol Nascente/Pôr do Sol, onde vivem cerca de 1,3 milhão de pessoas.As investigações se concentrarão nos últimos 15 anos. Desde 2014, o rio está classificado na categoria mais crítica de contaminação (Classe 4) pelo Conselho de Recursos Hídricos do DF.O prazo inicial para a CPI apurar os fatos é de 180 dias, podendo ser prorrogado pelo mesmo período.A CLDF avaliou os problemas de poluição no Rio Melchior diversas vezes nos últimos anos. Em 2024, por exemplo, uma comissão geral abordou um estudo da UnB (Universidade de Brasília) sobre a poluição do curso de água.No mês seguinte, uma audiência pública em Ceilândia abordou a preservação do rio e do Parque Juscelino Kubitschek, que fica na mesma área. Ainda em 2023, outra comissão geral avaliou a atuação de agentes responsáveis pela preservação, incluindo empresas estatais e órgãos governamentais.Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp