Logo R7.com
RecordPlus
R7 Brasília

Após investigação dos EUA, Alckmin diz que Pix e política ambiental são referências

EUA querem saber se atos, políticas e práticas do governo brasileiro são injustificáveis ou discriminatórios

Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília

  • Google News
Alckmin tem comandado as negociações brasileiras com os Estados Unidos Valter Campanato/Agência Brasil - 16.07.2025

O vice-presidente Geraldo Alckmin destacou nesta quarta-feira (16) que as políticas ambientais e o Pix são referência no mundo e voltou a criticar as retaliações do governo de Donald Trump. Na noite de ontem, a Representação Comercial dos Estados Unidos (USTR, na sigla em inglês) anunciou a abertura de uma investigação sobre o Brasil por supostas práticas comerciais desleais, envolvendo o Pix e medidas brasileiras de controle de desmatamento ilegal.

Alckmin disse que o governo brasileiro vai apresentar as explicações necessárias aos EUA. “Não é a primeira vez que é feita uma abertura de investigação. O Brasil respondeu anteriormente e o assunto foi encerrado. Dessa vez, o Brasil vai explicar, não tem nenhum problema”, destacou a jornalistas.


RESUMO DA NOTÍCIA

  • Alckmin defende as políticas ambientais do Brasil, destacando a redução do desmatamento e a importância do Pix.
  • O vice-presidente Geraldo Alckmin afirma que o Brasil fornecerá explicações sobre a investigação dos EUA.
  • A investigação visa analisar práticas comerciais brasileiras.
  • Os EUA marcaram uma audiência pública e podem tomar medidas de retaliação se as alegações forem confirmadas.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

A abertura da investigação ocorre na esteira do anúncio da taxa de 50% sobre todos os produtos brasileiros comprados pelos EUA. O republicano informou, na semana passada, que a tarifa passará a ser aplicada em 1º de agosto.

A apuração, anunciada pelos Estados Unidos, será feita com base na Seção 301 do Ato de Comércio, de 1974. Segundo a USTR, a medida visa apurar se atos, políticas e práticas do governo brasileiro em áreas como comércio digital, serviços de pagamento eletrônico, como o Pix, tarifas preferenciais, combate à corrupção, proteção de propriedade intelectual, acesso ao mercado de etanol e controle de desmatamento ilegal são injustificáveis ou discriminatórios e impõem restrições ao comércio norte-americano.


Leia mais

“Questionar desmatamento… Mas o desmatamento está em queda", acrescentou Alckmin. “O Brasil é exemplo hoje para o mundo. Temos a maior floresta tropical do mundo. O Brasil tem empenho em reduzir o desmatamento. A meta é desmatamento ilegal zero e recompor a floresta, com o Fundo do Clima”, completou.

O vice-presidente também citou outras atitudes brasileiras que seriam referências, como a regulação do mercado de carbono, a energia elétrica renovável e o aumento da proporção de etanol em combustíveis.


Apuração dos EUA

A investigação questiona práticas brasileiras em seis frentes:

  • Comércio digital e serviços de pagamento eletrônico: o governo norte-americano avalia que o Brasil possa estar retaliando empresas de tecnologia dos EUA por não censurarem discursos políticos, além de restringir sua atuação no país;
  • Tarifas preferenciais: os EUA alegam que o Brasil concede tarifas mais baixas a alguns parceiros comerciais competitivos globalmente, o que colocaria exportações americanas em desvantagem;
  • Combate à corrupção: há preocupações com a suposta falta de aplicação de medidas anticorrupção e de transparência, o que violaria normas internacionais de combate a subornos;
  • Propriedade intelectual: o Brasil é acusado de não oferecer proteção e aplicação eficazes dos direitos de propriedade intelectual, o que prejudicaria trabalhadores americanos de setores baseados em inovação e criatividade;
  • Mercado de etanol: os EUA afirmam que o Brasil recuou de compromissos de oferecer tratamento praticamente livre de tarifas para o etanol norte-americano, aplicando agora tarifas substancialmente mais altas;
  • Desmatamento ilegal: segundo o USTR, o Brasil estaria falhando na aplicação de leis contra o desmatamento ilegal, o que impactaria negativamente a competitividade de produtores americanos de madeira e produtos agrícolas.

Próximos passos

A Seção 301 do Ato de Comércio autoriza o governo norte-americano a investigar e responder a práticas consideradas injustificáveis ou discriminatórias por governos estrangeiros.


Como parte do processo, os EUA solicitaram consultas com o governo brasileiro e marcaram uma audiência pública para 3 de setembro. Interessados em participar devem enviar comentários por escrito e pedidos para falar na audiência até 18 de agosto.

Caso a investigação confirme as alegações, o governo dos EUA poderá adotar medidas de retaliação, como novas tarifas ou restrições comerciais, para proteger seus interesses.

Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp

Últimas


    Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.