Bolsonaro no STF: confira passo a passo do julgamento sobre suposta tentativa de golpe
PGR denunciou 34 pessoas que estariam envolvidas; STF reforçou a segurança para os dias do julgamento

O Supremo Tribunal Federal (STF) realiza, amanhã (25) e quarta-feira (26), o julgamento da denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras sete pessoas, acusadas de envolvimento em um suposto plano de golpe de Estado.
A sessão inaugural está marcada para às 9h30, seguida de outra às 14h. A terceira sessão ocorre na quarta-feira (26), às 9h30. A aceitação da denúncia transforma os acusados em réus. O tribunal reforçou o policiamento e restringirá o acesso às dependências durante as sessões.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou 34 pessoas, mas o STF dividiu o julgamento em três núcleos.
A defesa de Bolsonaro e de Braga Netto tentou afastar os ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin do julgamento, sem sucesso. O plenário do STF decidiu, na quinta-feira (20), não haver impedimento para a participação dos três.
Entenda o Julgamento
O julgamento inicia com a leitura do relatório pelo relator. A PGR se manifesta por 30 minutos. As defesas dos acusados têm 15 minutos cada para suas manifestações.
Em casos com múltiplos réus, a PGR geralmente recebe prazo maior, por deliberação do presidente, para igualar as condições.
Na sessão da manhã de terça, ocorrem as sustentações orais das defesas e da PGR. As outras duas sessões são dedicadas aos votos dos ministros. Não há previsão de pedido de vista para suspender o julgamento.
O relator vota primeiro, seguido pelos ministros mais novos aos mais velhos. O presidente da Turma vota por último. A sequência para Bolsonaro será: Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.
O colegiado analisa as denúncias contra o “núcleo 1” de acusados pela PGR:
- Jair Bolsonaro;
- Walter Braga Netto (general de Exército, ex-ministro e vice de Bolsonaro);
- General Augusto Heleno (ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional);
- Alexandre Ramagem (ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência - Abin);
- Anderson Torres (ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal);
- Almir Garnier (ex-comandante da Marinha);
- Paulo Sérgio Nogueira (general e ex-ministro da Defesa);
- Mauro Cid (delator e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro).
Os denunciados respondem por abolição violenta do Estado democrático de direito, golpe de Estado e organização criminosa. A aceitação da denúncia pelo STF os torna réus, com responsabilidade penal perante a corte. A fase de instrução investiga os eventos e a participação de cada envolvido, com coleta de depoimentos, dados e interrogatórios.
Datas dos Outros Julgamentos
O STF definiu as datas para os julgamentos dos outros dois núcleos da denúncia da PGR:
- Núcleo 2 (29 e 30 de abril):
- Filipe Martins (ex-assessor de assuntos internacionais de Bolsonaro);
- Marcelo Câmara (ex-assessor de Bolsonaro);
- Silvinei Vasques (ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal);
- Mário Fernandes (general do Exército);
- Marília de Alencar (ex-subsecretária de Segurança do Distrito Federal);
- Fernando de Sousa Oliveira (ex-secretário-adjunto da Secretaria de Segurança do Distrito Federal).
- Núcleo 3 (9 de abril):
- Bernardo Romão Correa Netto (coronel);
- Cleverson Ney Magalhães (tenente-coronel);
- Estevam Theophilo (general);
- Fabrício Moreira de Bastos (coronel);
- Hélio Ferreira (tenente-coronel);
- Márcio Nunes De Resende Júnior (coronel);
- Nilton Diniz Rodrigues (general);
- Rafael Martins De Oliveira (tenente-coronel);
- Rodrigo Bezerra De Azevedo (tenente-coronel);
- Ronald Ferreira De Araújo Júnior (tenente-coronel);
- Sérgio Ricardo Cavaliere De Medeiros (tenente-coronel);
- Wladimir Matos Soares (policial federal).