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R7 Brasília

Cármen Lúcia pede que PGR avalie se Bolsonaro cometeu crime no caso Milton Ribeiro

STF vai avaliar se presidente participou de esquema de corrupção e tráfico de influência no MEC que teve a participação de pastores

Brasília|Augusto Fernandes e Renato Souza, do R7, em Brasília

Bolsonaro em evento com Ribeiro e pastores Gilmar Santos (gravata amarela) e Arilton Moura (gravata azul)
Bolsonaro em evento com Ribeiro e pastores Gilmar Santos (gravata amarela) e Arilton Moura (gravata azul)

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste sobre um pedido de investigação sobre o presidente Jair Bolsonaro em razão das denúncias de um caso de corrupção e tráfico de influência no Ministério da Educação ao longo da gestão do ex-ministro Milton Ribeiro.

Na semana passada, Ribeiro chegou a ser preso pela Polícia Federal em uma operação que apura o esquema. Em áudio obtido pela corporação ao longo das investigações, o ex-ministro afirmou que foi avisado pelo presidente de que seria alvo de uma ação policial. Segundo Ribeiro, o chefe do Executivo disse a ele que tinha o "pressentimento" de que a PF poderia prendê-lo.

Após a divulgação do áudio, o STF recebeu pedidos de investigação sobre o presidente. Um deles diz que o grupo que atuava de forma irregular no Ministério da Educação "agia em nome, a pedido e por delegação do presidente da República". 

O encaminhamento à PGR do pedido de inquérito sobre Bolsonaro foi feito para conhecimento do procurador-geral da República, Augusto Aras, e para que ele tome as providências que entender cabíveis com relação ao mandatário, pois apenas ele pode oferecer denúncia contra o presidente referente à prática de crime comum.

As investigações no MEC tiveram início depois que foram divulgadas informações sobre a existência de um "gabinete paralelo" dentro da pasta com os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura. Eles teriam atuado articulando a liberação de recursos do FNDE para municípios em troca de recursos. Prefeitos ouvidos pela Comissão da Educação no Senado confirmaram pedidos e disseram ter havido até mesmo solicitação de pagamento em ouro.

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