Com fim da intervenção no DF, Ricardo Capelli anuncia retorno ao Ministério da Justiça
Interventor federal é secretário-executivo de Flávio Dino e assumiu cargo após atos de extremismo nas sedes dos Três Poderes
Brasília|Do R7, em Brasília
O interventor federal, Ricardo Cappelli, anunciou que, com o fim da intervenção na Segurança Pública do Distrito Federal, nesta terça-feira (31), retornará ao cargo de secretário-executivo no Ministério da Justiça ao lado de Flávio Dino.
Cappelli classificou como "dias duros" o período de 9 a 31 de janeiro em que esteve à frente do cargo no DF. A partir desta quarta-feira (1º), o comando da segurança ficará sob a responsabilidade da governadora em exercício, Celina Leão (PP), e do secretário de Segurança, Sandro Avelar.
O interventor trocou, durante o mês de janeiro, diversos cargos considerados essenciais para o comando da Segurança Pública do DF após os atos de vandalismo em 8 de janeiro, quando extremistas invadiram e depredaram os prédios do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto.
Deixaram os postos militares e servidores que estavam à frente da segurança no dia dos atos. Agora, a corregedoria da Polícia Militar do DF apura se houve conivência de servidores que deixaram os vândalos destruírem os prédios dos Três Poderes para eventuais punições.
"O 8 de janeiro de 2023 entrou para os livros de história. Tentaram golpear a nossa democracia. A Operação Lesa Pátria, da Polícia Federal, seguirá punindo os responsáveis. Tenho plena confiança na corregedoria da PM. Os inquéritos separarão o joio do trigo. A lei será cumprida", afirmou Cappelli em publicação nas redes sociais.
O interventor trabalhou também na escolha do nome do novo secretário de segurança. Anderson Torres, ex-ministro de Bolsonaro, foi exonerado em 8 de janeiro pelo governador Ibaneis Rocha (MDB), antes do afastamento do chefe do Executivo pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.
Na última semana, Sandro Avelar foi nomeado pelo interventor em consenso com Celina. Ele já esteve à frente da Segurança do DF em governos anteriores e é delegado da Polícia Federal. O acordo é que o nome seja mantido após o fim da intervenção.
"Termina hoje a intervenção. Agradeço ao presidente Lula e ao ministro Flávio Dino pela confiança. Foram dias duros. Tive que tomar decisões importantes no calor dos acontecimentos. Fiz o meu melhor, espero ter acertado", afirmou Cappelli. E completou: "Recebi uma corrente de energia positiva extraordinária que me acolheu nas madrugadas de insônia. Retorno ao MJPS com o sentimento de dever cumprido".