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Confira os principais pontos do último pronunciamento de Bolsonaro como presidente

Durante cerca de 50 minutos, Bolsonaro fez um balanço do governo e disse que 'o Brasil não vai acabar em 1º de janeiro'

Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília

Bolsonaro em último pronunciamento à frente do Executivo, na manhã desta sexta (30)
Bolsonaro em último pronunciamento à frente do Executivo, na manhã desta sexta (30)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) fez, na manhã desta sexta-feira (30), o último pronunciamento como chefe do Executivo. Por cerca de 50 minutos, em live nas redes sociais, ele falou ao povo brasileiro antes de embarcar para os Estados Unidos, onde estará na virada do ano e na posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Durante a trasmissão, intitulada "Prestação de contas e atual momento político", Bolsonaro admitiu a derrota, referiu-se a Lula como "governo eleito" e fez críticas ao processo eleitoral.

Confira abaixo os principais pontos do pronunciamento do presidente, que chegou a se emocionar nos minutos finais da live.

Balanço da gestão

"Mesmo com pandemia, guerra, crise, falta d'água e praticamente toda a imprensa contra a gente, 24 horas por dia, por quatro anos, e medidas judiciais contra, vencemos, com saldo bastante positivo. Nenhum chefe de Estado do Brasil enfrentou algo parecido, se bem que [momento de crises] foi enfrentado pelo mundo todo, como a pandemia e a guerra. Isso influencia na vida de todo mundo, todo mundo sofre, além das mortes, que são irrecuperáveis."


"Criamos, praticamente, 3 milhões de empregos até 2021. Colocamos internet nas escolas, são raras hoje as escolas que não têm internet."

"[Quero destacar] o combate à corrupção e o porte de arma para o homem do campo. Levamos a paz para o campo. Nosso decreto de armas, que o novo governo está dizendo que será revogado, foi um dos responsáveis por passar de 60 mil para 40 mil as mortes por ano."


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"O agronegócio é praticamente independente hoje em dia. Precisava apenas de um governo que não atrapalhasse. Foram raras as manifestações do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) no meu governo. Demos 400 mil títulos para o pessoal que estava em assentamentos."

"Diminuímos o IPI de 4.000 produtos e os impostos de importação de alguns poucos produtos, e passamos a arrecadar mais. Mantivemos a política de isenção para deficientes."


"Privatizamos várias estatais pequenas. A Eletrobras foi a maior. Elas não davam lucro e passaram a dar."

"Não acabamos com a Lei Rouanet, mas passamos a atender muito mais gente."

"Fizemos revogação de normas reguladoras que levavam pânico ao empresariado e ao homem do campo, por ocasião das visitas de fiscalização."

"Nossas escolhas de ministros foram técnicas. Compare os nossos com os indicados pelo opositor."

"Resgatamos o orgulho nacional e o respeito à família. Nada de querer mexer na questão da tradição familiar nas escolas. Deixa o garoto, quando atingir a maioridade, escolher seu destino. Buscamos respeitar as crianças em sala de aula."

Economia

"Domamos a inflação no Brasil. O mundo todo sofrendo com inflação, e tivemos três meses de deflação. [Trabalhamos] junto com o Parlamento e não na canetada."

"Zeramos impostos federais de combustíveis, botamos teto no ICMS. Hoje, a gasolina, em média, está R$ 5, [lembrando que] chegou na casa dos R$ 8. O novo governo quer voltar a cobrar impostos federais a partir de 1° de janeiro. Ao que tudo indica, a gasolina vai subir quase R$ 1. O novo governo, não o nosso, vai aumentar diesel e gás de cozinha."

"Hoje somos o segundo país mais digital do mundo, com ajuda para abertura de empresas."

"Voltamos a ser a décima economia do mundo, com a criação de empregos. A formalidade voltou ao que era antes da pandemia."

"Estamos deixando R$ 1 trilhão para investimentos na infraestrutura. O Nordeste será reindustrializado, se esse projeto for levado adiante. Se houver responsabilidade fiscal [do novo governo], se respeitar a economia e tiver gente séria para os ministérios."

Eleições

"Em 2018, havia mobilização enorme a nosso favor. Eu praticamente não fiz campanha de 6 de setembro até o fim de outubro, porque estava hospitalizado ou em convalescência em casa [por conta da facada]. Ouso dizer que as manifestações de apoio no corrente ano foram superiores às de 2018."

"Fui salvo [da facada] por um milagre. Se a facada tivesse sido fatal, quem estaria no governo? Como estaria o Brasil hoje em dia?"

Manifestações

"Nada justifica essa tentativa de ato terrorista, na região do aeroporto. [São] ideias que não combinam com nenhum cidadão, mas [imprensa e opositores] massificam em cima do cara como 'bolsonarista' o tempo todo."

"A falta de liberdade que vivemos hoje prejudica a democracia. Sempre lutamos por democracia, liberdade, respeito às leis e à Constituição. Passei quatro anos, além de trabalhar, mostrando a importância da liberdade para a democracia. O oxigênio da democracia é a liberdade, em toda a sua plenitude. Não precisamos de mais leis. O artigo 220 da Constituição fala claramente o que é liberdade de expressão. Infelizmente, alguns aí não entendem o que é isso e milhões aplaudem quando alguém perde sua liberdade."

"O voto se vê pelas ruas. Quem já disputou ou acompanhou eleição sabe que quem não leva o povo para a rua não tem voto. Levamos multidões para a rua e nunca gastamos um real para levar gente. Fizemos quase 30 motociatas pelo Brasil, com custo zero para nós, com povo voluntário, acreditando na gente. Movemos multidões."

"Fomos proibidos de discutir Covid-19, que, lamentavelmente, matou no Brasil mais de 600 mil pessoas. Tudo era 'não existe comprovação científica'. Até a liberdade dos médicos foi tolhida."

"Fizemos a nossa parte quando foi possível e passou a ter vacina. Tomou quem quis, não obrigamos ninguém a se vacinar."

Rei do Futebol

"Quero lamentar o passamento do Rei Pelé. Tive o prazer de conversar com ele, uma pessoa simples, mas que levou o nome do Brasil aos quatro cantos do mundo. Hoje, o mundo todo chora pelo passamento do Pelé. Ontem, publiquei três dias de luto oficial. A mãe dele é viva, tem 100 anos, não sei qual é o estado de saúde dela. A pior coisa que pode acontecer com o ser humano é ver um filho indo embora. Que Deus conforte os familiares, amigos e a nós todos, brasileiros. Que Deus, em sua infinta bondade, acolha-o nos Reinos do Céu."

Processo eleitoral

"As esperanças de vitória eram palpáveis, mas veio o programa eleitoral gratuito e fomos massacrados com mentiras da outra parte, com acusações absurdas. Teve a questão das rádios, que tinha mais espaço para um candidato do que para outro. Tivemos também certas medidas eleitorais que ninguém conseguiu entender. Então, foi uma campanha que, obviamente, não foi imparcial."

"Duvidar das urnas está passível de responder processo, mas tudo bem, não vamos duvidar das urnas aqui. Nosso partido [PL] entrou com uma petição e, em vez de o TSE chamar para disucutir, no dia seguinte indeferiu e deu uma multa de R$ 22 milhões."

"Isso tudo trouxe uma massa de pessoas para as ruas, desde o dia seguinte [ao segundo turno]. Essa massa, atrás de segurança, foi para os quartéis. Eu não participei desse movimento, me recolhi, porque acreditava, e acredito, que [é melhor] não falar sobre o assunto para não tumultuar mais ainda, porque a imprensa sempre pega frases minhas fora de contexto."

"Foi manifestação do povo, não tinha liderança, ninguém coordenando. Foram protestos pacíficos, ordeiros, seguindo a lei, e que têm que ser respeitados. Eu via em Brasília, enquanto era deputado, manifestações violentas por parte da esquerda, com invasão de prédios públicos pelo MST e black blocks. Isso nunca foi tachado de atos antidemocráticos, porque tudo o que é feito pela esquerda é aplaudido. [Quem está nos quartéis] é chamado até de terrorista. Não é porque um elemento fez besteira que todo mundo tem que ser acusado disso."

"Sempre busquei, dentro das leis e respeitando a Constituição, a saída para isso aí, se podíamos questionar ou não, mas tudo dentro das quatro linhas. Sei que muitos me criticam quando falo das quatro linhas, mas não saí delas durante meu mandato. Ou vivemos uma democracia ou não vivemos. Ninguém quer uma aventura."

"Em nenhum momento fui procurado para fazer nada de errado. Entendo que fiz minha parte, e estou fazendo até hoje, dentro das quatro linhas. Certas medidas têm de ter apoio no Parlamento, de alguns do Supremo, de outros órgãos e instituições. Não podemos acusar apenas um lado. Quem quer resolver o assunto pode até ter razão, mas o caminho não é fácil."

Críticas a Lula

"O que vejo é que o novo governo começa capenga, com muitas reações. Gente que votou no lado de lá se arrependendo, dado o que está acontencendo, mas somos responsáveis pelos nossos atos e decisões."

"Vocês estão vendo quem deve comparecer domingo na posse: nomes de chefes de Estado da nossa região. O Foro de São Paulo todo presente. Isso é um mau sinal. Onde esse pessoal, com essa ideologia, assumiu, o país ficou pior. Não queremos um Brasil pior."

"Temos de respeitar as leis e a nossa Constituição, mas podemos, e, mais do que direito, é dever, reagir. Qualquer manifestação é bem-vinda. Não queremos confronto nem estimular ninguém a partir para o confronto, porque é a pior maneira de tratar um assunto."

Recado a apoiadores

"Creio no patriotismo, na inteligência e na garra de vocês. Sei o que passaram ao longo desses dois meses de protestos. Isso não é nada que vai ficar perdido. As imagens foram para fora do Brasil e, aqui dentro, despertaram milhões, porque foram essas manifestações espontâneas."

"Essa massa que foi para a frente dos quartéis foi pedir socorro, transparência, liberdade, respeito à Constituição e um país de que possamos nos orgulhar, sem voltar ao passado. Há algo de errado nisso? Eles estão lutando até por aqueles que os oprimem."

"O quadro que estará à frente a partir de 1º de janeiro não é bom, mas não é por isso que vamos jogar a toalha, deixar de fazer oposição nem criticar. Não vou dizer que fui o melhor presidente do mundo, mas dei meu sangue ao longo destes quatro anos."

"Se participei de 10 churrasquinhos, se entrei 20 vezes na piscina [do Palácio da Alvorada], foi muito. Trabalhei de domingo a domingo. Não estou reclamando, fui candidato à Presidência voluntariamente, por um chamamento de Deus."

"Não vamos achar que o mundo vai acabar em 1º de janeiro. Não vamos para o tudo ou nada. Vamos ter inteligência, mostrar que somos diferentes do outro lado, porque respeitamos as leis e a Constituição e sabemos dar valor à liberdade."

"É um momento triste para milhões de pessoas. Alguns estão vibrando, mas são minoria. É um momento de reflexão. Tem gente que deve estar chateada comigo, achando que eu devia ter feito alguma coisa, qualquer coisa, mas eu não poderia ter feito o que o outro lado faz."

"Não é o momento de buscarmos responsáveis pelo que está acontecendo. Todos somos, sem exceção, responsáveis. Não é para atacar instituições, grupos e pessoas. Quando as coisas estão difíceis, temos que buscar apoio e ajuda e trazer gente para o nosso lado."

"Obrigado, meu Deus, por este momento. A mão Dele me salvou e me elegeu. Dou minha vida pela pátria, mas, em certas coisas, a decisão não é apenas minha. Não podemos fazer o que o outro lado sempre fez, à margem de tudo, em cima de um vale-tudo."

"O Brasil não está perdido, é um país fantástico, que tem tudo e, acima de tudo, tem o povo. A grande maioria tem entendimento dos problemas que estamos vivendo."

"O Brasil não vai acabar em 1º de janeiro. O Parlamento estará mais conservador, de direita, e menos dependente do Poder Executivo. Muita gente está vivendo um clima de tristeza, quase de velório, e outros de euforia."

"Jamais esperava chegar até aqui. Se cheguei, teve um propósito: atrasar quatro anos do nosso Brasil mergulhar nessa ideologia nefasta que é a da esquerda, que não deu certo em lugar nenhum do mundo."

"Se você está chateado, ponha-se no meu lugar. Quantas vezes eu me pergunto onde errei e o que podia ter feito de melhor, mas tenho convicção de que dei o melhor de mim, com sacrifício dos que estavam ao meu lado, em especial minha esposa, minha filha e enteada. Vocês também sofreram, e sofrem agora. Alguns devem estar me criticando, e podem até ter razão, mas não posso fazer algo que não seja bem-feito."

"Dei minha vida por esta pátria, fiz tudo pelo Brasil, tenho consciência disso. Hoje temos uma massa de pessoas que passaram a entender melhor de política. O bem vai vencer. Temos lideranças por todo o Brasil, com jovens que nem entraram na politica, mas já são líderes. Essa garotada e os políticos que se elegeram vão fazer a diferença."

"Aqueles que trabalharam contra, por uma questão pessoal, vão sentir o peso de políticas erradas. O cara [Lula] nem assumiu ainda e já temos problemas. Os mais humildes vão sentir essas medidas, de furar teto [de gastos] e revogar armas. Vai voltar a violência no Brasil. Arma de fogo é garantia de paz, porque quem quer paz se prepara para a guerra."

"Não vai demorar muito tempo para o Brasil voltar ao eixo da normalidade, prosperidade, ordem, progresso, amor à bandeira e respeito. O Brasil não sucumbirá, eu acredito em vocês."

Mensagem final

"Como foi dificil ficar dois meses calado, trabalhando para buscar alternativas. Qualquer coisa que eu falasse seria um escândalo na imprensa. Eu quieto sou atacado. Acredito em vocês, no Brasil e, acima de tudo, acredito em Deus. Temos um grande futuro pela frente. Perdem-se batalhas, mas não vamos perder a guerra."

"Muito obrigado a todos vocês por terem proporcionado esses quatro anos à frente da Presidência da República. Fui compreendido por muitos e por outros não. Vocês sabem, agora, a importância da união, dar valor à liberdade, respeito ao próximo, amar a família, buscar sempre a paz e a harmonia, não da boca para fora apenas, mas para que possamos viver em tranquilidade. Um abraço a todos, com muita luta. Bom 2023 a todos. Deus abençoe nosso Brasil, e vamos em frente."

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