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R7 Brasília

CPI marca depoimento do ministro Queiroga para o dia 18

Convocação foi aprovada nesta quinta-feira (7). Calheiros afirmou que relatório final deve propor o indiciamento do ministro

Brasília|Sarah Teófilo, do R7, em Brasília

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em depoimento à CPI da Covid-19, em junho
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em depoimento à CPI da Covid-19, em junho

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, Omar Aziz (PSD-AM), marcou para o próximo dia 18 o novo depoimento do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. A oitiva será um dia antes da leitura do relatório final, elaborado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), e dois dias antes da votação do documento, em 20 de outubro, quando os trabalhos serão finalizados.

Este será o terceiro depoimento de Queiroga à CPI. A reconvocação é debatida há semanas entre os senadores do grupo majoritário, com incentivo maior do vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), mas não havia consenso entre os parlamentares.

O que ajudou a pressionar a aprovação do requerimento de convocação de Queiroga foi a notícia sobre a retirada de pauta da reunião da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) no Sistema Único de Saúde (SUS) do item que previa a discussão sobre o relatório contrário ao uso de cloroquina, hidroxicloroquina e ivermectina em pacientes com Covid-19 ou com suspeita da doença que foi elaborado pelo grupo técnico.

O documento estava pronto para discussão e concluiu que "azitromicina e hidroxicloroquina não mostraram benefício clínico e, portanto, não devem ser utilizados no tratamento ambulatorial de pacientes com suspeita ou diagnóstico de Covid-19". Oficialmente, a alegação do Ministério da Saúde é que o documento carece de aprimoramento, mas, nos bastidores, a informação é que a ordem veio "de cima". O senador Randolfe Rodrigues diz acreditar que houve uma ordem que partiu de dentro do Palácio do Planalto.


O ministro Queiroga é pressionado desde que assumiu o cargo para rever os protocolos de tratamento de pacientes com Covid-19. Em sua primeira ida à CPI, evitou falar de forma contrária à cloroquina, dizendo que era preciso aguardar análise da Conitec. A postura do ministro se dá diante do fato de o presidente Jair Bolsonaro ser um dos grandes incentivadores do uso de medicamentos ineficazes contra a Covid-19.

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"Se o senhor passou 15 dias nos Estados Unidos e já está de volta é porque teve a oportunidade de tomar a vacina. Por isso que o senhor está vivo. Infelizmente, quase 600 mil pessoas morreram no Brasil por causa do tratamento precoce, que hoje a Conitec não está discutindo", afirmou Omar Aziz.


O presidente da CPI, senador Omar Aziz, decidiu marcar a data para a oitiva do ministro
O presidente da CPI, senador Omar Aziz, decidiu marcar a data para a oitiva do ministro

O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) afirmou que o ministro sofreu uma transformação radical e, nos últimos 15 dias, passou a prejudicar de maneira concreta o processo de combate à Covid. O parlamentar pontuou que o ministro negou a necessidade de vacinação de adolescentes, criando confusão e insegurança, e, em seguida, que "faz um papelão na ONU". Ele se refere ao gesto obsceno feito por Queiroga a manifestantes contrários a Bolsonaro.

"E agora temos essa notícia de que ele, pressionado pelo presidente da República, ou apenas na ânsia de agradar ao presidente, simplesmente retirou da Conitec um processo que claramente condena o uso inadequado da cloroquina. Então, voltamos ao passado; estamos num processo de atrapalhar, via ministro da Saúde, o bom andamento do combate à Covid", afirmou o senador.

O Ministério da Saúde informou que Queiroga ainda não foi notificado pela CPI, mas que "está à disposição para prestar os esclarecimentos necessários". 

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