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Defesa diz que prisão de youtuber Klebim foi 'desnecessária e ilegal'

Youtuber que ostentava vida de luxo foi preso pela Polícia Civil por suspeita de lavar dinheiro com venda de rifas ilegais

Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília

Youtuber Kleber Rodrigues de Moraes, que foi preso por suspeita de lavagem de dinheiro
Youtuber Kleber Rodrigues de Moraes, que foi preso por suspeita de lavagem de dinheiro Youtuber Kleber Rodrigues de Moraes, que foi preso por suspeita de lavagem de dinheiro

A defesa de Kleber Rodrigues de Moraes, o Klebim, alvo principal da operação Huracán, da Polícia Civil do Distrito Federal, nesta segunda-feira (22) considerou a prisão do youtuber arbitrária, desproporcional e ilegal. O influenciador e outras três pessoas são suspeitas de integrar uma associação criminosa interestadual que praticava jogo de azar e lavagem de dinheiro.

"A prisão temporária fora requerida para criar constrangimento e humilhação dos investigados", apontou, em nota, o advogado dos presos, José Sousa de Lima, que destaca ainda que Kleber e os outros investigados têm bons antecedentes, residência fixa e não possuem passagens pela polícia.

Leia também: Entenda como o esquema de rifas ilegais deixou youtuber milionário

Kleber Rodrigues de Moraes com um dos carros de luxo em sua casa
Kleber Rodrigues de Moraes com um dos carros de luxo em sua casa Kleber Rodrigues de Moraes com um dos carros de luxo em sua casa

"Uma mera busca e apreensão, eventual sequestro de bens e a intimação dos investigados para prestarem esclarecimentos seriam suficientes para elucidar os fatos e preservar as investigações", diz a nota (leia íntegra abaixo). Ainda segundo o advogado, Klebim e os outros presos na operação passaram a noite bem e estão "confiantes nas instituições da Justiça".

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Nesta terça-feira (22), amigos e familiares do influenciador protestaram em frente ao complexo da Polícia Civil do Distrito Federal contra a prisão do youtuber. "Sem bagunça e sem badernas", orientavam nas redes sociais.

Grupo protesta contra a prisão de Klebim em frente ao complexo da Polícia Civil
Grupo protesta contra a prisão de Klebim em frente ao complexo da Polícia Civil Grupo protesta contra a prisão de Klebim em frente ao complexo da Polícia Civil

Klebim tem quase 4 milhões de seguidores nas redes sociais: 1,5 milhão na página pessoal do Instagram; 1,3 milhão na página da empresa EstiboDub; e 1,27 milhão no canal da empresa no YouTube. Menos de 12 horas após ser preso, o youtuber ainda ganhou mais de 100 mil seguidores no Instagram

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Segundo a investigação da Polícia Civil, os influencers promoviam e rifavam veículos no Instagram e em canais do YouTube. Como têm milhões de seguidores nas redes sociais, os investigados conseguiam vender facilmente os bilhetes e arrecadavam valores astronômicos.

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As rifas eram negociadas por meio de plafaformas digitais como Mercado Pago e PayPal, e o dinheiro caía diretamente na conta das empresas de fachada, segundo a polícia, como a Estilo DUB Publicidade. Os valores eram utilizados para comprar novos veículos, registrados em nome de testas de ferro.

O esquema, de acordo com a investigação, "era altamente lucrativo" e apurou-se que os criminosos movimentaram R$ 20 milhões em apenas dois anos. Dos nove veículos apreendidos, dois eram de luxo, um Lamborghini e uma Ferrari/458 Spider, avaliados em R$ 3 milhões cada. A mansão de Klebim também foi sequestrada judicialmente, assim como R$ 10 milhões das contas dos investigados.

Leia a íntegra da nota enviada pela defesa dos suspeitos:

A defesa técnica de Kleber Rodrigues de Moraes; Vinicius Couto Farago; Pedro Henrique Barroso Neiva; Alex Bruno da Silva Vale; após análise detida dos autos da operação denominada de “Huracán”, exara a presente nota para comunicar que: 

a) Houve um açodamento da Autoridade Investigativa, mediante o requerimento de uma prisão temporária completamente inoportuna, desnecessária e ilegal, pois os Investigados sequer tinham ciência e não tiveram a oportunidade de se manifestar nesta investigação ainda incipiente.

b) Houve a extrapolação dos limites da decisão judicial, pois foram amealhados bens móveis, inclusive, de terceiros, que o juízo não havia ordenado.

c) No momento do requerimento da prisão, a Autoridade Policial já estava com a medida de interceptação telefônica concluída, assim como já possuía relatórios do COAF, e, portanto, uma mera busca e apreensão, eventual sequestro de bens e a intimação dos Investigados para prestarem esclarecimentos seriam suficientes para elucidar os fatos e preservar as investigações.

d) A Autoridade Policial apenas apresentou ilações e conjecturas e, com isso, não comprovou a imprescindibilidade da prisão temporária, assim como não justificou o cabimento de outras medidas cautelares diversas da prisão, violando o entendimento do STF. 

e) A prisão temporária fora requerida para criar constrangimento e humilhação dos Investigados, cuja ilegalidade – dentre outros motivos – decorre da utilização das algemas em Investigados, jovens, com bons antecedentes, com residências fixas, sem passagem pela polícia, em sede de uma investigação de eventual conduta sem a caracterização de violência ou grave ameaça, em diametral afronta à Súmula Vinculante nº. 11 – STF, que veda a utilização de algemas, sendo autorizada somente em situações excepcionalíssimas. 

Diante desses breves apontamentos, a defesa continua a manifestar pela ilegalidade e arbitrariedade do requerimento de prisão temporária, e confia na análise criteriosa do poder judiciário a fim de revogar essas prisões temporárias.

Brasília-DF, 22 de março de 2022.

Atenciosamente, José Sousa de Lima, advogado.

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