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'Desenrola Brasil': nova ação do governo mira inadimplentes do Bolsa Família

Programa que está em desenvolvimento vai resolver dívidas e incluir pessoas novamente no mercado consumidor, diz ministro

Brasília|Camila Costa, do R7, em Brasília

Ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, durante a posse
Ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, durante a posse

O governo federal planeja lançar um programa para facilitar o pagamento de empréstimos consignados vinculados ao Bolsa Família, autorizados em 2022. Chamada de Desenrola Brasil, a iniciativa, que ainda está sendo planejada, pretende resolver a inadimplência e permitir a volta dessas famílias endividadas ao mercado de consumo. As informações foram divulgadas pelo ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, nesta quarta-feira (4).

"É grave o problema dos endividados do Auxílio Brasil ou do Bolsa Família, o chamado consignado. Primeiro, já do ponto de vista da própria legalidade. O programa foi usado, no período de eleição, com objetivos claramente eleitorais. O presidente Lula já demonstrou sensibilidade com o tema desde a campanha", afirmou Wellington Dias.

Arma de votos

O empréstimo consignado vinculado ao então Auxílio Brasil foi aprovado pelo Congresso em junho de 2022 e regulamentado só às vésperas do segundo turno das eleições, apesar de os especialistas terem apontado o risco de oferecer esse tipo de operação de crédito à população vulnerável que recebe o benefício de transferência de renda.

Só em outubro, segundo o Banco Central, foram liberados R$ 5 bilhões em consignados do Auxílio Brasil, atual Bolsa Família.


Os cadastrados no programa podiam pegar dinheiro emprestado com parcelas descontadas diretamente do benefício pago pelo governo federal. Segundo a portaria que regulamentou a modalidade, a quantia máxima que poderia ser descontada era de R$ 160.

Bilhões em empréstimos

De acordo com o relatório final do governo de transição, foram concedidos R$ 9,5 bilhões em empréstimos com lastro no Auxílio Brasil e no BPC (Benefício de Prestação Continuada), esse último pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda.

Ainda segundo o documento, um em cada seis beneficiários do programa contraiu o empréstimo. Procurada, a Caixa, o banco que mais ofereceu esse tipo de crédito, não respondeu aos questionamentos da reportagem.

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