Distrito Federal cria grupo para ações de prevenção contra a dengue, zika e chikungunya
Grupo será coordenado pela Casa Civil; boletim epidemiológico aponta que DF teve 47 mil casos prováveis de dengue até 3/2
Brasília|Edis Henrique Peres, do R7, em Brasília
O governo do Distrito Federal publicou nesta quarta-feira (7) um decreto que cria um grupo de prevenção e controle da dengue e outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, como dengue, zika e chikungunya. A medida prevê que o espaço físico para encontros do grupo será disponibilizado pela Secretaria de Segurança Pública, com coordenação da equipe pela Casa Civil. A iniciativa definiu que em todo sábado haverá atuação reforçada de força-tarefa para limpeza de imóveis e eliminação de focos do mosquito.
O decreto prevê que comércios com depósito de pneus devem instalar cobertura fixa, “para evitar o acúmulo de água que possa tornar-se meio propício para gerar foco do mosquito”. “A cobertura deverá ser de material rígido, a fim de evitar bolsões de água”, e o não cumprimento pode gerar apreensão e remoção dos pneus pelo DF Legal.
O texto reforça que o ingresso a locais abandonados terá entrada forçada e que haverá reforço das ações de vigilância, intensificação do trabalho de visita em domicílios e ampliação dos locais de hidratação já existentes no DF.
O governo quer criar equipes de borrifação para ampliar o bloqueio de transmissão nas áreas de maior incidência de casos de dengue, e os casos diagnosticados serão acompanhados com visita domiciliar por agentes de saúde. O grupo deve viabilizar uma resposta pronta aos casos graves, que precisam de atendimento médico em até cinco horas.
A medida estabelece que as unidades de atenção primária e a rede de urgência e emergência devem estar preparadas para receber os pacientes com sintomas da dengue. E que o governo vai “estimular políticas públicas para reduzir e prevenir a doença e atualizar protocolos de atendimento”.
O GDF pretente ampliar as campanhas publicitárias, executar as medidas já previstas no plano de contingência da doença e apoiar a capacitação de profissionais de saúde dos gestores. Outra ação será a padronização dos insumos estratégicos necessários para a rede de saúde, com fluxogramas de responsabilidade e atividades necessárias para ter uma resposta contra a doença.
Maior incidência do país
O DF registrou 47.417 casos prováveis de dengue até 3 de fevereiro, o que representa um aumento de 1.120% em relação ao mesmo período de 2023, que teve 3.793 casos. Foram 11 mortes confirmadas, e outras 45 seguem sob investigação. As principais vítimas são homens, na faixa etária entre 70 e 79 anos.
O boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde mostra que três das mortes confirmadas foram de moradores da Ceilândia e duas foram do Guará. Brazlândia segue como a região com maior incidência de casos: 3.016 por 100 mil habitantes. A Estrutural superou Sol Nascente/Pôr do Sol e Ceilândia e tem a segunda mais taxa, com 2.709 casos.
Em toda a região do Distrito Federal, apenas o Sudoeste/Octogonal tem uma taxa de incidência considerada baixa, com 62,42 casos por 100 mil habitantes. Plano Piloto, Arniqueira, Jardim Botânico, Park Way e Águas Claras têm incidência média, com taxa de 266 a 125. Todas as demais regiões registram incidência alta.