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INSS: Fraude não seria possível sem a leniência dos ministros da Previdência, diz advogado

Eli Cohen depõe à CPMI do INSS nesta segunda-feira (1)

Brasília|Rute Moraes, do R7, em BrasíliaOpens in new window

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • O advogado Eli Cohen depôs à CPMI sobre fraudes do INSS, alegando participação de ministros e ex-presidentes.
  • Cohen destacou que o esquema é um "crime empresarial" bem estruturado e que lesou mais de um milhão de aposentados.
  • A Polícia Federal iniciou a Operação Sem Desconto, investigando desvios de mais de R$ 6 bilhões desde 2019.
  • Ele afirmou que a leniência do Ministério Público contribuiu para a continuidade das fraudes por muitos anos.

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Eli Cohen afirmou que escândalo é 'esquema criminoso empresarial' Waldemir Barreto/Agência Senado - 1°/09/2025

Em depoimento à CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) destinada a apurar as fraudes do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social), o advogado Eli Cohen disse, nesta segunda-feira (1°), que o esquema não seria possível se o presidente do Instituto, além do ministro da Previdência, estivessem “no bolso”.

“Esse crime não poderia ser realizado sem o presidente do INSS no bolso, todo o departamento do INSS e o ministro da Previdência”, afirmou Cohen. Na ocasião, ele se referia aos ex-ministros e ex-presidentes do INSS desde, ao menos, 2019 — quando data o início do escândalo.


O colegiado aprovou convite para ouvir todos os ex-ministros da Previdência e ex-presidentes do INSS desde o governo Dilma Rousseff (PT) até 2025.

Na ocasião, o advogado ainda disse que os escândalos envolvendo descontos indevidos por parte de associações é um “esquema criminoso empresarial”.


“Isso é um esquema criminoso empresarial. Todo mundo sabia o que tinha que fazer. Isso aqui foi muito bem pensado. Eles só não contavam comigo”, afirmou Cohen.

Leia mais

O advogado é considerado peça-chave na descoberta do escândalo do INSS. Em dezembro de 2022, ele foi procurado por dois aposentados que eram donos de entidades associativas e passou a investigar o caso, reunindo diversas informações. Essas pessoas atuavam como uma espécie de laranja.


Em 6 de março de 2023, ele protocolou uma notícia-crime em uma delegacia em São Paulo. Os agentes investigaram, mas teriam encerrado as investigações, de acordo com os relatos do advogado. Cohen, então, procurou a imprensa.

Neste ano, a Polícia Federal deflagrou a Operação Sem Desconto, destinada a apurar tais fraudes. Em resumo, as entidades associativas faziam descontos, sem autorização, nos pagamento de aposentados e pensionistas.


Conforme a PF, o crime desviou mais de R$ 6 bilhões desde 2019. Segundo Cohen, o esquema se divide em dois núcleos — um localizado em Brasília, onde fica a sede do INSS.

Na capital federal, ficam ainda os lobistas, segundo o advogado, a exemplo de Antonio Carlos Camilo, conhecido como “careca do INSS”. Ele seria operador financeiro do esquema.

À CPMI, Cohen explicou que as associações ofereciam um pacote de benefícios aos aposentados, lesando mais de um milhão de pessoas. O esquema tinha núcleo político e jurídico, conforme o advogado.

“Isso funcionou com a leniência do Ministério Público, que tinha 500 ações sobre o mesmo mérito e encarava isso como um problema do consumidor”, prosseguiu Cohen, ao explicar que o esquema é uma “fraude endêmica”.

O advogado afirmou ainda ter conhecido aposentados que não tinham dentes, mas possuíam descontos de entidades odontológicas em suas folhas de pagamento.

“Foi um calvário até chegar a esse momento porque os senhores não têm a menor ideia da dificuldade que foi para fazer com que as autoridades tomassem uma providência”, desabafou.

O advogado ainda afirmou que, para montar alguma associação ou sindicato que atue nos descontos do INSS, atualmente, “teria que roubar para que ela desse certo”.

“Não há a mínima possibilidade de esse negocio existir sem roubar”, alegou.

Perguntas e Respostas

Qual foi o depoimento de Eli Cohen à CPMI do INSS?

Eli Cohen, advogado, afirmou que as fraudes do INSS não seriam possíveis sem a leniência do presidente do instituto e do ministro da Previdência. Ele mencionou que o esquema começou em 2019 e que todos os envolvidos sabiam o que fazer.

O que foi dito sobre os ex-ministros e ex-presidentes do INSS?

Cohen se referiu a ex-ministros e ex-presidentes do INSS, sugerindo que eles estavam envolvidos no esquema. A CPMI aprovou o convite para ouvir esses ex-gestores desde o governo Dilma Rousseff até 2025.

Como Eli Cohen descreveu o esquema de fraudes?

Cohen chamou o esquema de “criminoso empresarial”, afirmando que foi bem planejado e que ele se tornou uma peça-chave na investigação após ser procurado por aposentados que eram donos de entidades associativas.

O que aconteceu após a denúncia de Eli Cohen?

Após protocolar uma notificação-crime em março de 2023, a Polícia Federal deflagrou a Operação Sem Desconto para investigar as fraudes, que desviaram mais de R$ 6 bilhões desde 2019.

Quais são os detalhes sobre os lobistas mencionados por Cohen?

Cohen mencionou que em Brasília, onde está a sede do INSS, atuam lobistas, incluindo Antonio Carlos Camilo, conhecido como “careca do INSS”, que seria um operador financeiro do esquema.

Como as associações lesaram os aposentados?

As associações ofereciam pacotes de benefícios aos aposentados, lesando mais de um milhão de pessoas. Cohen destacou que o esquema tinha um núcleo político e jurídico e que o Ministério Público não agiu adequadamente.

Qual foi a situação dos aposentados mencionados por Cohen?

Cohen relatou ter conhecido aposentados que, apesar de não terem dentes, tinham descontos de entidades odontológicas em suas folhas de pagamento, evidenciando a gravidade do esquema.

O que Eli Cohen disse sobre a dificuldade de expor o esquema?

Ele afirmou que foi um “calvário” até conseguir que as autoridades tomassem providências, ressaltando a dificuldade enfrentada para expor as fraudes.

Qual a opinião de Cohen sobre a criação de associações que atuam nos descontos do INSS?

Cohen declarou que, para montar uma associação ou sindicato que atua nos descontos do INSS, seria necessário roubar para que funcionasse, afirmando que não há possibilidade de existir sem roubo.

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