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R7 Brasília

Frota de veículos elétricos cresceu 392% em quase quatro anos no DF

Número saltou de 2.147 para 10.577 entre 2020 e setembro de 2023; quantidade representa apenas 0,5% da frota total da capital

Brasília|Giovana Cardoso, do R7, em Brasília

Três modelos de elétricos circulam na capital federal
Três modelos de elétricos circulam na capital federal

A frota de veículos elétricos em circulação no Distrito Federal saltou de 2.147 para 10.577 em quase quatro anos, segundo dados da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran). O crescimento, entre 2020 e setembro de 2023, é de 392,6%, ou seja, uma frota quase cinco vezes maior do que há três anos.

Os modelos em circulação na capital variam entre:

 híbridos convencionais: utilizam algum combustível fóssil como fonte principal e possuem uma bateria elétrica;

 híbridos plug-in: permitem a recarga na tomada externa, tendo maior autonomia que o híbrido convencional; e


 elétricos: usam a eletricidade como única e principal fonte.

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Desde 2014, quando o Distrito Federal registrava 101 veículos elétricos em circulação, a venda desses modelos tem crescido de forma exponencial. Apenas entre janeiro e setembro deste ano, houve um crescimento de 54,4% na frota desses veículos na capital federal, que saltou de 6.800 para 10,5 mil.

Apesar do crescimento, os veículos elétricos no DF representam apenas 0,5% da frota total da capital, que superou 2 milhões no ano passado.

No Brasil, a frota de carros híbridos e elétricos chegou a 183 mil até setembro deste ano, de acordo com dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (Abve). Apenas em outubro, mais de 9.000 carros foram vendidos no país, um crescimento de 144% em relação ao mesmo mês de 2022.

Taxação para veículos elétricos

Em novembro, o governo federal anunciou que vai retomar a cobrança de impostos de importação sobre veículos elétricos no Brasil a partir de janeiro de 2024. Com a medida, as alíquotas do imposto de importação vão aumentar gradualmente até 2026, quando vão atingir 35%.

Segundo o governo, a expectativa é desenvolver a cadeia automotiva nacional, acelerar o processo de descarbonização da frota brasileira e aumentar a arrecadação. Inicialmente, em janeiro de 2024, os modelos híbridos e híbridos plug-in terão uma alíquota de 12% do imposto, e os elétricos, de 10%.

Para especialistas, a volta da cobrança desses impostos pode impactar as vendas dos carros elétricos no Brasil, causando entraves para o desenvolvimento do setor no país. Atualmente, a maioria desses modelos é produzida no exterior. 

De acordo com a advogada tributarista Mariana Ferreira, apesar de a medida visar estimular a fabricação dos veículos no país, pode ser contraditória em meio a um movimento de descarbonização. Para a especialista, o imposto dá um impulso à indústria nacional, mas consequentemente aumenta o preço dos carros elétricos, favorecendo a venda dos veículos a combustão.

"Esse imposto irá desestimular a importação de carros energéticos, pois cessa a criação de toda uma infraestrutura para abastecimento e manutenção, que seria estratégica para a futura produção local. Melhor do que tal medida seria aproveitar o potencial do Brasil para a geração de energia limpa e buscar atrair fabricantes de baterias de carros elétricos ao Brasil, já que estas são o item de maior valor agregado ao veículo", comentou o advogado tributarista Lucas Terto.

De acordo com o presidente da Abve, Ricardo Bastos, apesar da tributação, é esperado um crescimento nas vendas de veículos elétricos, mas não com um aumento tão forte. "Pode afetar o desenvolvimento dessa indústria no Brasil, aumentar o custo do carro. Sempre há um último olhar no preço do veículo", completou.

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