Governo fará pesquisa para saber por que 49,2% dos que concluem ensino médio não prestam Enem
Nas escolas públicas, número é de 53%; resultado da prova foi divulgado nesta terça e está disponível na página do Inep/Enem
Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília
![Governo quer entender desistências no Enem](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/KTWUMH345JPFJIFJUS4ATHFBAY.jpg?auth=48983c3179d9ad746371d830c99297f2301f515856b8b0468860ffa8eca597e3&width=1500&height=1125)
Quase metade dos estudantes matriculados no 3º ano do ensino médio (49,2%) não realizaram a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2023. O número é ainda maior no recorte das escolas públicas, onde 53,3% desses alunos não fizeram a prova. Diante dos resultados, o ministro da Educação, Camilo Santana, anunciou a realização de uma pesquisa com todos os inscritos para entender o motivo de desistências.
"É preciso identificar qual a razão do jovem que concluiu o ensino médio não realizar o Enem. Saber o motivo em cada rede, em cada estado, e dialogar", afirmou Santana, que avalia ser preocupante o alto percentual.
O ministro frisou que o Enem é a entrada democrática ao ensino superior e que, para elevar o número de participantes, também é necessário o alinhamento com os gestores locais. "Estamos articulando com as redes estaduais a partir desse resultado para que a gente possa mudar e reverter esses números."
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O Enem é o exame que avalia o desempenho dos alunos que estão terminando o ensino médio e é a principal porta de entrada para as instituições de ensino superior no Brasil, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), e de iniciativas do MEC como o Programa Universidade para Todos (ProUni) e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
Os resultados dessa pesquisa devem sair até o fim de março. O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Manuel Palacios, pontuou que é preciso estabelecer uma abordagem para "convencer que a educação superior está ao alcance dos jovens" por meio do Enem. "É o caminho mais imediato, de mais fácil acesso, um modelo democratizador", defendeu.
![Governo quer entender por que desistência no Enem é de metade dos alunos](https://newr7-r7-prod.web.arc-cdn.net/resizer/v2/VBZOL7ZAGZKDVAVKK5VXBVJXZY.jpg?auth=6bf748425c1da54214bc340dc880a5728317399f58ff156c5971fd9323fea65a&width=1224&height=816)
Segundo Palacios, os números sugerem que há um problema de mobilização, uma vez que há estados com altos índices de participação e outros com adesões baixas. O Ceará, por exemplo, lidera o ranking positivo, com mais de 80% dos concluintes do ensino médio realizando o Enem em 2023. Na outra ponta está Roraima, onde o percentual de estudantes que fizeram o exame foi de 31,5%.
"O MEC pode agir no sentido de fazer que todos se aproximem das maiores marcas. Acredito que é uma questão de mobilização e convencimento e que teremos êxito para melhorar esses números", disse Palacios.
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Para além da pesquisa, o ministro da Educação anunciou que os concluintes do ensino médio terão um incentivo extra no escopo da "poupança estudantil", cujos depósitos devem começar a ser realizados em março. A ideia é dar um retorno financeiro aos beneficiários do programa que se inscreverem no Enem. A verba extra valerá somente para os alunos do 3º ano, adiantou Santana.
Resultados
O resultado da prova de 2023 foi disponibilizado às 10h30 desta terça-feira (16), na Página do Participante do Inep/Enem, com o login a partir da plataforma Gov.br.
Segundo o MEC, 2,7 milhões de pessoas fizeram a avaliação no ano passado. O total representa 68% do número de inscritos, que foi de mais de 4 milhões em 2023.
O espelho das redações será divulgado em 90 dias após a divulgação dos resultados. Os textos são avaliados com as cinco competências e a nota pode chegar a 100. Há fatores que podem resultar em nota zero. Entre eles, estão a fuga do tema, trecho desconectado e desrespeito.
De acordo com o ministério, 60 pessoas tiraram nota máxima na redação em 2023, um crescimento grande na comparação com o ano passado, quando 18 estudantes gabaritaram esta parte da prova. Outros 132.279 estudantes zeraram a redação por desclassificação.