Hacker que invadiu perfil de Janja tem 17 anos e é do DF; outro envolvido, de 25, mora em MG
Segundo agentes da Polícia Federal, adolescente e jovem se conheciam pela internet e compartilham gosto por música
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, e Natália Martins, da Record, em Brasília
A Polícia Federal (PF) ouve nesta quinta-feira (14) um adolescente de 17 anos, que mora em Sobradinho (DF), por suspeita de envolvimento na invasão da conta em uma rede social da primeira-dama Rosângela da Silva, mais conhecida como Janja. Além dele, um homem de 25 anos, morador de Minas Gerais, foi alvo de uma operação da PF na terça (12).
Além do depoimento, agentes da corporação cumpriram dois mandados de busca e apreensão em endereços da mãe e do padrasto do adolescente, localizados em Santa Maria e Sobradinho. As buscas foram autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Operação em Minas
A primeira operação ocorreu na terça, quando equipes da corporação cumpriram quatro mandados de busca e apreensão em endereços de Minas Gerais, onde foram identificados os perfis suspeitos de invadir a conta da primeira-dama. A ordem de busca e apreensão também partiu do Supremo Tribunal Federal.
De acordo com membros da PF, os dois jovens se comunicavam pela internet. O suspeito de Minas Gerais tem uma banda, chamada Maníaco, da qual o suspeito de Brasília é fã. O próprio músico teria confessado em depoimento que uma plataforma retirou alguns vídeos por serem considerados ofensivos.
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Os policiais federais disseram ainda à reportagem que ambos são simpatizantes do Incels, um grupo misógino de extrema direita. Os suspeitos podem responder pelos crimes de invasão de dispositivo informático e difamação.
Relembre o ataque
O ataque ocorreu na noite da segunda-feira (11), e a conta foi bloqueada a pedido da corporação. Entre as publicações falsas, que começaram às 21h37 e incluem xingamentos e mensagens de cunho sexual, há frases como "Eu apoio o mensalão" e "Alexandre de Moraes é bandido", em referência ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Um dia após ter a conta em uma rede social invadida por hackers, a primeira-dama afirmou que "o ódio, a intolerância e a misoginia precisam ser combatidos, e os responsáveis, punidos". A declaração foi feita na terça-feira em uma postagem em outra plataforma, já que o perfil invadido continua bloqueado.
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"Eu já estou acostumada com ataques na internet, por mais triste que seja se acostumar com algo tão absurdo. Mas a realidade é que a internet é um espaço potente para o bem e para o mal. E é comprovado que nós, mulheres, somos as que mais sofrem com os ataques de ódio aqui nas redes. O que eu sofri ontem é o que muitas mulheres sofrem diariamente", ressaltou.
"Mulheres no Brasil inteiro são vítimas de ataques machistas, que tomam conta das redes sociais e muitas vezes saem dela, acabando em agressões físicas e feminicídios. Milhares de mulheres perdem ou até tiram a própria vida a partir de ataques como o que sofri na noite de ontem", completou Janja, que agradeceu pelas mensagens de solidariedade e apoio que tem recebido.