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Lula nega reforma ministerial e diz que Arthur Lira não pediu pastas

O presidente lembrou ainda que o partido do presidente da Câmara tem membros que votam com o governo no Congresso

Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

Lula negou que Lira tenha pedido cargos
Lula negou que Lira tenha pedido cargos

Em meio às críticas por problemas na articulação política, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) negou, nesta quinta-feira (1º), que vai fazer uma reforma ministerial neste momento e rechaçou a informação de que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), tenha pedido o comando de pastas da Esplanada em troca de governabilidade no Congresso.

"Não pretendo [fazer reforma ministerial]. Não está na minha cabeça fazer uma reforma ministerial, a não ser que aconteça uma catástrofe que eu tenha de mudar. Mas por enquanto o time está jogando melhor que o Corinthians", afirmou Lula.

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Questionado se o presidente da Câmara dos Deputados teria pedido o comando de ministérios, Lula também negou. "Não, não. Não pediu nem poderia pedir, porque o PP [sigla de Lira] é partido de oposição, e tem gente que vota com a gente. O PP já teve ministro, teve dois ministérios no governo da Dilma [Rousseff]. Se ele pedisse, a gente iria avaliar. Mas até agora eu nunca ouvi o Lira pedir ministro", acrescentou.

Durante uma conversa rápida com a imprensa no Palácio Itamaraty, Lula ainda comentou a aprovação da medida provisória que reestrutura a Esplanada dos Ministérios. O texto, que aumentou de 23 para 37 o total de pastas, foi aprovado pela Câmara e pelo Senado. A versão, porém, provocou perda de atribuições dos ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima e dos Povos Indígenas.


"Muitos de vocês não acreditavam que a gente fosse aprovar a política de estruturação do governo. Eu ontem vi gente que dizia que o governo estaria massacrado, [que] o governo foi derrotado. [...] Aquela Casa é assim — você vai conversando com os líderes, com as pessoas, vai mostrando a importância daquilo. Tudo o que acontece não é importante para mim, é importante para passar benefícios para o povo brasileiro", disse Lula.

A aprovação da medida provisória ocorreu na véspera do vencimento, apesar da dificuldade de articulação do governo no Congresso e da ausência de acordo entre os partidos sobre o tema. Caso a matéria não fosse aprovada nesta quinta-feira (1º), perderia a validade. Com isso, a estrutura dos ministérios, atualmente com 37 pastas, voltaria ao modelo do governo Jair Bolsonaro (PL), com 23.


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Falhas na articulação

A tramitação da MP foi prejudicada pela demora na instalação das comissões mistas, que analisam as matérias editadas pelo presidente da República. Além disso, parlamentares de oposição e de partidos de centro também criticaram a desarticulação do governo no Congresso.

Na quarta-feira (31), na véspera do vencimento da MP, Lula convocou ministros para uma reunião fora da agenda no Palácio da Alvorada, telefonou para o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e se encontrou com as lideranças do governo no Congresso, na tentativa de destravar a votação.

O presidente ainda recebeu recados de Lira, que disse que, se a MP não fosse aprovada, seria por "falta de articulação do governo". "O presidente Lula me ligou de manhã, nós conversamos, e eu expliquei a ele as dificuldades que o governo dele tem, e a imprensa precisa tratar isso com clareza. O problema não é da Câmara, do Congresso, o problema está no governo, na falta ou na ausência de articulação", afirmou.

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