Lula recebe presidentes eleitos do Legislativo e vai à abertura do ano judiciário nesta segunda
Petista deve debater prioridades do governo em 2025; Motta e Alcolumbre também devem ir ao evento no STF
Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe na manhã desta segunda-feira (3) os novos presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), eleitos no sábado (1º) para o biênio 2025-2027. A expectativa é que o petista debata com os parlamentares, no Palácio do Planalto, as prioridades do governo no Legislativo para 2025. De tarde, Lula deve ir à sessão de abertura do ano judiciário, no STF (Supremo Tribunal Federal).
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A participação de Motta e Alcolumbre no evento do STF também está prevista. Eles devem ficar ao lado do presidente da República na mesa de honra da cerimônia.
Os novos condutores do Congresso Nacional foram cumprimentados por Lula depois da vitória. “Parabéns ao senador Davi Alcolumbre pelo novo mandato na Presidência do Senado e do Congresso Nacional. Um país cresce quando as instituições trabalham em harmonia. Caminharemos juntos na defesa da democracia e na construção de um Brasil mais desenvolvido e menos desigual, com oportunidades para todo o povo brasileiro”, escreveu o petista a Alcolumbre.
“Parabenizo o deputado Hugo Motta pela sua eleição para a Presidência da Câmara dos Deputados. Estou certo de que avançaremos ainda mais nessa parceria exitosa entre Executivo e Legislativo, para a construção de um Brasil cada vez mais desenvolvido e mais justo, com responsabilidade fiscal, social e ambiental”, destacou Lula, em nota direcionada a Motta.
Perfis
Aos 35 anos, o deputado Hugo Motta se tornou o mais jovem presidente da Câmara desde a redemocratização do país. Ele conseguiu 444 votos, de 513, mas mesmo com a votação expressiva, não barrou os 464 votos conquistados por Arthur Lira (PP-AL), em 2023.
Davi Alcolumbre, por sua vez, volta ao comando do Senado após quatro anos. Com 73 votos — de um total de 81 —, o senador conseguiu o maior apoio da Casa desde 2003, quando José Sarney (MDB-AP) contou com 76 senadores, mesmo número de Mauro Benevides (MDB-CE), em 1971.
Evento do Judiciário
O STF volta do recesso nesta segunda-feira (3). Na sessão de abertura do ano judiciário, o presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, deve fazer um discurso. Além de Barroso, Lula, Alcolumbre e Motta, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, e o presidente do Conselho Nacional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Beto Simonetti, devem sentar-se à mesa de honra.
O presidente do STF abre a sessão, o Hino Nacional é executado e Barroso faz um pronunciamento. Também estão previstas falas da PGR e da OAB — as demais autoridades também podem discursar, mas, geralmente, não pedem a palavra. A solenidade é encerrada após as falas. Os julgamentos no Plenário devem ser retomados na quarta-feira (5). Há três processos em pauta.
Reforma ministerial e relação Executivo-Legislativo
Passadas as eleições do Congresso Nacional, Lula deve, em breve, bater o martelo sobre uma reforma ministerial. As candidaturas vencedoras receberam o aval do petista e tiveram apoio da base governista — o presidente chegou a exonerar 10 ministros na sexta (31) para garantir votos a Motta e Alcolumbre.
A avaliação do governo é de que a relação com o Congresso não deve ser alterada com as novas conduções. A expectativa do Executivo é manter o mesmo diálogo que tinha com o Legislativo sob os comandos de Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), apesar de momentos de embate, como as discordâncias sobre as emendas parlamentares e a derrubada a vetos do petista.
Mesmo com confiança na manutenção da cordialidade, Lula aguardou as eleições do Congresso para decidir sobre alterações na Esplanada dos Ministérios. Isso porque o governo quer garantir a aprovação de pautas centrais neste ano, como a isenção no imposto de renda para quem recebe até R$ 5.000 mensais e a regulação das redes sociais — tema polêmico que tende a gerar discussões entre governo e oposição.
Soma-se a isso o fato de o Centrão pressionar o Executivo por mais espaço — mesma razão que motivou a primeira reforma ministerial deste mandato de Lula, em 2023. As cobranças levaram o presidente a ceder os ministérios do Esporte e de Portos e Aeroportos para PP e Republicanos, respectivamente, em setembro daquele ano.