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Manutenção de Memorial dos Povos Indígenas é tema de debate nesta terça-feira

Em roda de conversa, discutiu-se a arrecadação de recursos, inclusive de países estrangeiros, para manter a instituição

Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

Memorial dos Povos Indígenas, em Brasília
Memorial dos Povos Indígenas, em Brasília Memorial dos Povos Indígenas, em Brasília

Nesta terça-feira (9), data em que se comemora o Dia Internacional dos Povos Indígenas, o Memorial dos Povos Indígenas, em Brasília, realizou uma roda de conversa para discutir como manter a instituição aberta. 

A conversa foi conduzida pelo diretor da instituição, Davi de Oliveira, da tribo Terena. Ele comanda o memorial projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer em forma de maloca redonda típica dos povos Yanomami. Oliveira contou que um dos objetivos da conversa seria encontrar soluções para arrecadar recursos.

Nesse cenário, há conversas da Embaixada do Canadá com a Secretaria de Cultura do Distrito Federal para que o país estrangeiro possa dispor de recursos e aprimorar o memorial, com a criação, por exemplo, de uma sala pedagógica

A gastrônoma Kakonore Gavião, da etnia Gavião, que vive no Pará, esteve presente no bate-papo e defendeu mudanças no memorial. "Muita coisa se perdeu e precisamos resgatar essa memória, esses objetos, a história dos índios", destacou.

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O diretor do memorial cita que não há, neste momento, profissionais suficientes para manter o local em funcionamento. De acordo com ele, faltam antropólogos, historiadores e outros especialistas para fazer análises dos materiais.

O indigentista Dan Baron, que é galês e mora no Brasil desde 1998, destacou que a cultura indígena no país precisa ser defendida. "O Brasil tem uma diversidade extraordinária de povos indígenas, mas o país está vivenciando um colapso climático e os conhecimentos dos povos originários, guardiões do meio ambiente, estão ameaçados", disse. "Um dos lugares importantes para defender a cultura indígena é justamente o memorial", completou

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A conversa teve a participação de indígenas de diversas etnias. Direto da aldeia onde mora, Licuri Pataxó participou da discussão via videoconferência. Ele defendeu maior espaço para os povos originários na cultura e na política brasileira e citou ameaças sofridas por seu povo.

Em um determinado momento, Licuri chorou ao lembrar do assassinato de seus parentes no ano passado. "Nós temos faculdade da vida, faculdade da floresta. E nosso conhecimento e cultura devem continuar. Assim como nossas terras devem ser protegidas", afirmou.

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Na sequência, a representante da ONU Rashmi Jaipal parabenizou a medida com vistas a arrecadação de recursos para preservação da cultura indígena e defendeu que memoriais e museus sejam um espaço de habitação.

De acordo com o Censo 2010, existem aproximadamente 897 mil indígenas no Brasil. Desses, cerca de 517 mil vivem em terras indígenas.

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ONU

A Organização das Nações Unidas divulgou comunicado, nesta terça-feira (9), sobre a data comemorativa. A entidade anunciou que o tema deste ano é o papel das mulheres indígenas na conservação e transmissão dos conhecimentos tradicionais.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que elas são as guardiãs de sistemas tradicionais de alimentação e remédios naturais. Além disso, afirmou que, sem dar voz às mulheres indígenas, será impossível alcançar equidade e sustentabilidade, como previsto na Agenda 2030 de desenvolvimento sustentável.

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