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Ministro de Minas e Energia afirma que apagão teve início em linha da Eletrobras

A hipótese de falha humana não foi descartada, mas o caso se originou na abertura de uma linha de transmissão 

Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília

O apagão que afetou 25 estados do país e o Distrito Federal nesta terça-feira (15) teve início em uma linha da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), ligada à Eletrobras, em Quixadá (CE), conforme afirmou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, à imprensa nesta quarta (17). De acordo com o titular da pasta, a própria companhia admitiu que houve falha sistêmica.

Silveira disse que, isoladamente, o fato na linha cearense não seria capaz de causar a suspensão de energia generalizada. As autoridades técnicas responsáveis estudam outros eventos ocorridos após o ponto inicial. Segundo o ministro, houve, "com certeza", mais de um evento.

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A Eletrobras foi privatizada no ano passado. Ela é responsável pela operação de 101 usinas de geração de energia de diversas fontes e é a maior empresa de energia elétrica da América Latina. Tem capacidade instalada de 42,6 mil MW e 73,8 mil quilômetros em linhas de transmissão em todo o país. Emprega diretamente cerca de 10 mil pessoas. Em 2022, teve lucro líquido de R$ 3,6 bilhões. Depois da venda à iniciativa privada, o poder público passou a ter direito a menos de 10% dos votos na assembleia da companhia, apesar de deter 32% de suas ações.

Foi um evento considerado de pequena magnitude%2C a princípio. Esse evento%2C ocorrido por erro de programação — não se protegeu a linha como deveria — ocasionou uma série de outras falhas%2C que serão apuradas pelo ONS [Operador Nacional do Sistema Elétrico]. O evento inicial foi tecnicamente e documentalmente admitido pela Eletrobras.

(Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia)

O ministro chamou o apagão de "inusitado" e afirmou que as falhas que causaram o episódio foram corrigidas pela Chesf e pela Eletrobras, conforme informaram as concessionárias.

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Silveira declarou que as investigações não descartam eventuais falhas humanas. "O ONS não tem como apontar uma causa específica conjuntural que justifique tal incidente. Temos o dever de ofício de trabalhar com todas as hipóteses", explicou.

A Chesf fez contato com o ONS%2C admitindo que houve falha sistêmica. Não se pode dizer%2C ainda%2C se foi falha humana por lançamento no sistema do projeto de engenharia ou se foi erro do sistema.

(Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia)

Segundo o ministro Flávio Dino, titular da pasta de Justiça e Segurança Pública, já foi determinada a abertura de um inquérito policial pela Polícia Federal. Silveira diz ter pedido "vigor e celeridade" para a conclusão dos trabalhos da PF.

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A participação da Polícia Federal no caso, para o ministro de Minas e Energia, é necessária, "já que o ONS não apontou falha técnica que pudesse causar evento com a dimensão que teve. Não queremos de forma nenhuma cometer ato de leviandade. Temos de ter apontamentos técnicos para consubstanciar o inquérito e apurar culpa ou dolo".

Investigação interna

O diretor-geral do ONS, Luiz Carlos Ciocchi, informou que um relatório de avaliação de perturbação está em produção. O trabalho final deve ser entregue pelo ONS em até 45 dias, mas uma versão preliminar deve ser apresentada ainda nesta quarta-feira.

Ciocchi afimou, ainda, que não houve sobrecarga na linha de transmissão que falhou. "As linhas são projetadas e construídas para aguentar sobrecargas. Quando há sobrecarga, elas têm de abrir, e por isso existe um dispositivo de proteção. Essa linha, porém, abriu sem sobrecarga. A energia que passava por ali não passou, como se estivesse desligada", explicou.

A linha abriu indevidamente pelo não acionamento de proteção [dispositivo eletrônico] que estaria programado. Essa abertura não é um evento raro%2C é até corriqueiro. A linha estava energizada%2C não houve a proteção para evitar a sobrecarga%2C e ela abriu indevidamente. Isso ocasionou uma onda muito grande de eventos%2C que foram se propagando. Em 600 milissegundos%2C houve desconexão da fronteira elétrica do Nordeste%2C do Norte e do Sudeste.

(Luiz Carlos Ciocchi, diretor-geral do ONS )

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